25 de Setembro de 2017 - 16h:52

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Credores aprovam o plano de recuperação

Por: Jornal A Gazeta

A empresa Express Rent a Car, locadora de veículos com 14 anos de mercado, teve o plano de recuperação judicial aprovado por 100% dos credores esta semana. Com dívidas que somam R$ 25 milhões, a empresa entrou com o pedido de recuperação em abril do ano passado, quando alegou que a crise econômica atingiu, especialmente, o setor de locação de automóveis.

A empresa conta atualmente com cerca de 80 funcionários e o número de credores supera esta quantidade, chegando a 120, entre as diferentes classes. De acordo com o advogado da recuperanda, Euclides Ribeiro, agora que o plano de recuperação judicial passou pelo crivo dos credores, seguirá para o juiz, que deve apresentar a homologação da recuperação, que tem o prazo de 10 anos para ser executada.

Além do endividamento financeiro e da crise que atingiu o setor, que levou ao fechamento de várias empresas do segmento, a defesa da Express Rent a Car argumentou que a empresa foi “novamente atingida pelos impactos logísticos decorrente das obras da Copa de 2014”.

A loja, situada em frente ao Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, foi prejudicada pelas obras, que causaram insatisfação nos clientes, que evitavam ir ao estabelecimento pelas dificuldades de acesso, “que como é de conhecimento público e notório trazem até hoje consequências prejudiciais a toda sociedade”, argumentou o advogado de defesa, Euclides Ribeiro.

A empresa familiar, constituída em 2003, desde o seu surgimento passou a dispor de várias linhas de financiamento para a aquisição e renovação da frota, que hoje alcança 300 veículos. Até o ano de 2007, a flexibilização do crédito e o incentivo aos investimentos “deu plena sustentabilidade à atividade da empresa”, segundo a defesa. A política de isenção de impostos do governo federal em 2008, especialmente do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da indústria automobilística que se estendeu por vários anos, é apontada como um dos fatores que levou à crise, porque gerou a desvalorização da frota de veículos seminovos, que era o principal capital da empresa.

A desvalorização de preço dos veículos seminovos chegou à média de 30% e causou o desequilíbrio do negócio. “A segurança de ter a opção de vender os veículos da frota e apurar os recursos correspondentes para liquidação dos compromissos assumidos foram simplesmente aniquilados”, afirma o advogado da empresa. No ano passado, a empresa decidiu recorrer à recuperação judicial, já que considerou “a única forma viável economicamente de repactuar as suas dívidas com seus credores e fornecedores”, para manter o seu funcionamento e os empregos gerados.
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