11 de Fevereiro de 2008 - 09h:20

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Fundos de pensão têm fortes ganhos com a ajuda das ações e dos imóveis

Se o ano de 2008 já começou turbulento e prometendo ser um grande desafio na seara dos investimentos, em 2007, os fundos de pensão não tiveram do que reclamar nesse quesito. A Previ, maior fundo do país, ostentou rentabilidade de cerca de 39%. Já a Fapes, fundo dos funcionários do BNDES, registrou ganho de 25,7% e a Petros, fundo dos petroleiros, chegou a 24,1%, rentabilidade semelhante a que obteve a Fundação Real Grandeza (FRG), do sistema Furnas, que ficou em cerca de 24%. As metas atuariais, fixadas por um índice de inflação mais 6%, ficaram em torno de 11%, ou seja, as fundações conseguiram, pelo quinto ano seguido, obter gordas folgas, os chamados superávits.

A renda variável, mais uma vez, foi a maior responsável pelas gordas rentabilidades. Mas o segmento de imóveis, que chegou a ser visto como o 'patinho feio' das carteiras há alguns anos, deu uma boa ajuda e teve desempenhos médios superiores ao da renda fixa.


Na Previ, fundo dos funcionários do Banco do Brasil e maior do país, cerca de 65% do patrimônio de R$ 138 bilhões está alocado na renda variável, segmento que deu ao fundo ganhos de 51% em 2007; enquanto a renda fixa registrou variação de 13,5% no mesmo período. Já os imóveis saíram-se melhor e renderam à Previ 16,6% no ano passado, mas representam hoje parte pequena do total. Segundo o diretor de investimentos do fundo, José Reinaldo Magalhães, a média ponderada dos segmentos deu ao fundo um excelente resultado. "Fechamos em torno de 39%, foi um ano muito bom", disse ele, lembrando que outro fator que ajudou a alcançar esse ganho foi a reavaliação periódica de participações em bloco, que esse ano englobou a parcela que a Previ tem na Vale do Rio Doce.


Na Petros, cujo patrimônio total está em cerca de R$ 38 bilhões, os imóveis e a renda variável também foram as principais estrelas da carteira, que rendeu no total 24,1%. Enquanto o segmento de ações rendeu ao fundo 56%, a carteira imobiliária chegou a ganhos de 26%. Esses segmentos ajudaram a fazer a diferença, uma vez que o fundo ainda tem uma parcela relevante em títulos atrelados à inflação que foram recebidos como pagamento de uma dívida de patrocinadora e rendem o equivalente à meta atuarial.


Já o fundo de pensão do BNDES, a Fapes, registrou ganho de 25,7% em 2007, percentual que representa mais do que o dobro da meta atuarial, fixada pelo INPC+6%, que variou 10,58%. O bom resultado foi puxado pela renda variável, que teve ganhos de 43,59%. "Aproveitamos a boa maré para vender algumas ações que já tinham tido ótima performance", diz o diretor de investimentos da entidade, Ricardo Weiss. Mas os imóveis também surpreenderam e alcançaram rentabilidade de 27%. A Fapes tem participantes importantes em shoppings como o Morumbi e o Barrashopping. Já a renda fixa teve rentabilidade de 15,7%. O patrimônio total do fundo chegou a R$ 5,723 bilhões e o superávit está acumulado em R$ 1,12 bilhão, sendo que 2007 contribuiu com R$ 665 milhões para este resultado.


Na Fundação Real Grandeza, o presidente Sérgio Wilson Fontes, diz que, apesar da estratégia de reduzir os riscos de crédito e de reinvestimento em 2007, o fundo alcançou uma rentabilidade de cerca de 24%. "É um ganho excepcional, se considerado que temos uma política de risco conservadora", diz Fontes. A renda variável, que ofereceu ganhos de 53,4% teve peso importante, mas ele acredita que a carteira de renda fixa foi um diferencial, com ganhos de 18%, acima da média geral. "Nossa exposição é maior em renda fixa e continuamos na estratégia de alongamento dos prazos, que vai continuar esse ano", conclui.
 
 
 
Fonte: Valor On Line
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