'Para captação de recursos emergencial, a emissão de debêntures cai como uma luva devido seu caráter flexível, embora o custo seja mais caro se comparado a um IPO', afirma José Alexandre Freitas, sócio diretor da Oliveira Trust.
Henrique Campos, diretor da BDO Trevisan, completa que a captação de recursos, em caso de adiamento da oferta de ações, é estritamente necessária. 'É preciso captar recursos para não abortar projetos de crescimento no curto prazo, já que, geralmente, os recursos advindos de uma oferta de ações são planejados para três ou quatro anos', destaca.
A Oliveira Trust, agente fiduciária em emissão de debêntures, está intermediando uma operação para cumprir este propósito. 'Um dos nossos clientes, que adiou seu IPO para o ano que vem, está recorrendo à emissão de debêntures a fim de cumprir com suas metas de crescimento programadas para este ano. A captação tem prazo de cinco anos e deverá ocorrer até o final do primeiro semestre', afirma Freitas, sem citar a empresa.
Mas, Paulo Eduardo de Souza Sampaio, superintendente geral da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), lembra que a emissão de debêntures por empresas de médio porte é mais cara se comparada a grandes empresas. 'As companhias que não são tão conhecidas pelo mercado financeiro pagarão mais caro por essa captação'.
Desde o início do ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registrou 13 cancelamentos, além de 12 suspensões dos pedidos de ofertas públicas de ações. O diretor da BDO Trevisan ressalta que os cancelamentos são temporários. 'Embora conste na CVM que as empresas cancelaram suas ofertas de ações, vale ressaltar que elas não desistiram da oferta, apenas adiaram seus planos'. (Vanessa Correia - InvestNews)