18 de Março de 2008 - 15h:58

Tamanho do texto A - A+

Mercado deve conhecer o tamanho real da crise externa daqui três ou seis meses, diz Febraban

Segundo o executivo, no período mencionado será possível conhecer o valor real dos ativos imobiliários norte-americanos, bem como o tamanho dos prejuízos dos bancos internacionais

Por: Valor On Line

SÃO PAULO - Em um intervalo de três a seis meses, o mercado terá condições de conhecer melhor o tamanho da crise financeira internacional e começar a trabalhar no controle da forte volatilidade observada nos últimos meses. A expectativa é do economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Nicola Tingas, que apresentou hoje as projeções econômicas dos bancos associados para os próximos dois anos, pesquisa que a entidade divulga após conhecer as atas das reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).

Segundo o executivo, no período mencionado será possível conhecer o valor real dos ativos imobiliários norte-americanos, bem como o tamanho dos prejuízos dos bancos internacionais. Para Tingas, trabalhar com uma "base mais realista" é importante para se tomar medidas no sentido de acalmar os mercados.

O levantamento da Febraban divulgado hoje mostra que aumentou o pessimismo dos bancos brasileiros em relação ao crescimento da economia dos Estados Unidos em 2008. Na pesquisa divulgada em fevereiro, os bancos estimavam uma alta de 1,47% para o PIB norte-americano, valor que caiu para 1,14% na pesquisa divulgada hoje. Para 2009, estimativa passou de 2,34% para 1,92%.

Dos analistas ouvidos pela Febraban, 84% acreditam que a crise nos Estados Unidos irá, sim, afetar os indicadores econômicos brasileiros, contra apenas 16% que pensam o contrário. A queda na demanda mundial e nos preços das commodities figuram entre os principais "canais de transmissão" entre a crise externa e a economia doméstica.

As novas projeções apontam, por exemplo, para uma redução ainda maior no superávit da balança comercial brasileira. Para os associados da Febraban, o resultado deve ficar positivo em US$ 27,4 bilhões neste ano e em US$ 20,44 bilhões em 2009, contra US$ 28,69 bilhões e US$ 22,24 bilhões mencionados na pesquisa de fevereiro.

O saldo nas transações correntes do país deve ficar negativo em US$ 8,4 bilhões ao final deste ano e em US$ 14,38 bilhões em 2009. Na pesquisa anterior, a aposta era de um resultado negativo de US$ 6,3 bilhões em 2008 e de US$ 12,62 bilhões no ano que vem.

VOLTAR IMPRIMIR