25 de Setembro de 2008 - 16h:33

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Por: Valor Econômico - Angelo Pavini

A forte oscilação dos papéis em bolsa deste mês traz um risco considerável para o investidor que quer sair do mercado, mas também uma oportunidade razoável para quem quer entrar. A maioria das ações que faz parte do Índice Bovespa, que reúne os papéis mais negociados na bolsa paulista, bateu o fundo do poço deste ano neste mês. De 66 ações que compõem o índice, 41 tiveram a cotação mínima do ano em setembro, conforme estudo da consultoria Economática. Mas, depois de bater a mínima, a maioria se recuperou com força. 

É o caso, por exemplo, da Petrobras, cuja ação ordinárias (ON, com voto) chegou a subir 28,41% e a preferencial (PN, sem voto), 28% até ontem. No mesmo período, o Índice Bovespa, que bateu a mínima de 45.294 pontos também em setembro, subiu 10,04%, para os 49.842 pontos de ontem. 

Isso significa que o investidor que se apavorou no pior momento do mercado e vendeu suas ações de Petrobras perdeu quase 30%, diz Einar Rivero, da Economática. Ao mesmo tempo, quem teve sangue frio e comprou no auge da turbulência já teria ganho o equivalente a duas vezes o juro básico da economia, a Selic, hoje em 13,75% ao ano, em poucas semanas. 

A menor oscilação ocorreu nos papéis que já tinham sofrido muito ao longo do ano, caso da Gol, cuja ação ON apanhou com a alta do petróleo no primeiro semestre e se recuperou a partir de maio quando as commodities começaram a cair. Na crise de setembro, o papel recuou menos, e já recuperou 2,07% até ontem. Outra na mesma situação foi Pão de Açúcar, que bateu a mínima antes de setembro e se recuperou, voltou a cair este mês e acumula alta agora de 2,74%. 

Houve também papéis que caíram em setembro e não conseguiram se recuperar por fatores econômicos, caso das empresas de varejo, prejudicadas pela alta dos juros locais e pela perspectiva de maior aperto no crédito. Lojas Renner subiu desde a mínima de setembro - também a mínima do ano - 3,38% e Lojas Americanas, 3,35%. A Vale foi uma das vítimas das commodities e do plano de comprar outra empresa no exterior. O papel PN série A bateu a mínima este mês e conseguiu recuperar apenas 6,55% até ontem. 

O que chama a atenção, além da volatilidade, é o grande número de papeís perto das mínimas do ano, como Sabesp, Net, Duratex e a própria Vale. Os indicadores de desempenho das empresas se apresentam mais atraentes para o investidor, caso da relação Preço/Lucro (P/L) das empresas, que caiu acompanhando o preço das ações. Como ele dá uma indicação do prazo de retorno do investimento, quanto menor, melhor. A Petrobras, apesar da recuperação deste mês, ainda está com P/L de 11,5 vezes, para 18 do fim de 2007. 

Das 20 ações do Ibovespa que se recuperaram com mais força este mês, 11 estão com P/L abaixo de 10. Nas que subiram menos desde o piso de setembro, oito também têm P/L de um dígito. "Isso mostra que o mercado está totalmente fora de controle em relação aos indicadores fundamentalistas", diz Rivero. Nesse ambiente, o normal seria as empresas anunciarem recompra de seus papéis, como anunciou a Microsoft no exterior, afirma. Mas, diante do aperto do crédito, elas devem preferir conservar o caixa para emergências. 

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