15 de Outubro de 2008 - 12h:48

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Crise deixa comprador mais cauteloso

Por: Valor Econômico

Nas duas últimas semanas, auge do colapso financeiro, o mercado imobiliário sentiu os efeitos da crise de maneiras distintas. Sem o encarecimento do crédito para o consumidor, na baixa renda, os negócios foram pouco afetados - ainda que o efeito psicológico de uma crise dessas proporções seja inevitável. 

Já no mercado de médio e alto padrão houve duas reações: a dos compradores que preferiram esperar antes de assinar um compromisso de longo prazo e os que viram no imóvel um porto-seguro - comportamento de investidores, principalmente. "Tem muita proposta sendo feita à vista ou com antecipação de pagamento de até 50% ", afirma Gonzalo Mera, da Corretora Fernandez Mera. "Normalmente, são pessoas que tiram dinheiro de aplicação para colocar no imóvel", afirma. 

Os efeitos dos papéis do setor de construção na bolsa - o segmento foi um dos mais penalizados com quedas superiores a 90% somente este ano - não refletem a situação real da maioria das empresas. Os empreendimentos já lançados continuam sendo feitos e entregues. São dois universos paralelos, o do mercado acionário e o mundo real", diz José Antônio Grabowsky, presidente da PDG Realty, que trabalha como private equity e investe na participação de outras companhias e está entre as que compõem a chamada linha de frente do setor, ao lado da Cyrela, Gafisa e MRV. 

Mas, ainda que o cenário não seja catastrófico, é consenso que a maioria das empresas deve registrar vendas menores no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores. Normalmente, nesse período, se o cenário fosse positivo, um número maior de companhias já teria anunciado uma prévia das vendas. Até agora, porém, apenas a Rodobens soltou dados. As vendas contratadas caíram 43% em relação ao segundo trimestre. "A Rodobens tem gestão financeira conservadora, possui posição de caixa líquido e financiamento (SFH) suficientes para o cumprimento das metas de lançamentos e vendas. Acreditamos que haverá queda no volume de lançamentos, vendas contratadas e desaceleração na velocidade de vendas em todo o setor", avaliou relatório da Fator Corretora.

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