O Grupo Bradesco de Seguros e Previdência anunciou lucro líquido de R$ 2,1 bilhão nos primeiros nove meses do ano, alta de 18% em relação a igual período de 2007. No terceiro trimestre, o lucro foi de R$ 629 milhões, expansão de 15%. A seguradora respondeu por 35% dos resultados do Bradesco, crescimento de dois pontos percentuais. A rentabilidade ficou em 31,3%.
Em meio à crise, a seguradora sentiu o impacto da queda da bolsa, que já ultrapassa os 50% esse ano. A receita financeira cedeu 11%, para R$ 2 bilhões. A perda ocorreu porque a Bradesco aplicou 5% de seus ativos financeiros na bolsa, em ações como Vale e Petrobras. Os ativos financeiros somam R$ 71 bilhões, alta de 9% em relação a setembro de 2007. Mais de 90% desses recursos estão aplicados em títulos do governo. Segundo Samuel Monteiro dos Santos Junior, diretor geral administrativo e financeiro do grupo, a idéia é manter esses investimentos em bolsa até ela se recuperar.
O faturamento total do grupo, considerando as áreas de seguro, previdência e capitalização, cresceu 10,7% e somou R$ 16,9 bilhões. Em prêmios, o destaque ficou com a carteira de saúde, que bateu em R$ 3,8 bilhões, aumento de 23%. Segundo Monteiro, esse crescimento tem sido puxado pelas vendas de planos para pequenas e médias empresas, que continuam demandando fortemente o produto.
Os prêmios dos seguros de vida e PGBL subiram 71%, influenciado pela comercialização de apólices na baixa renda. A carteira de automóveis teve queda de 4,6% nos prêmios, para R$ 1,5 bilhão. Um das causas foi a venda da seguradora Indiana, focada em autos, para o grupo americano Liberty em dezembro do ano passado. Segundo o executivo, a estratégia tem sido a venda de apólices de automóveis para os clientes do Bradesco, o que vem permitindo uma melhor precificação. Com isso, a seguradora já conseguiu "colocar uma nova Indiana em sua carteira".
O índice combinado (que mede a eficiência operacional; quanto menor, melhor) caiu dez pontos, baixando de 95,9%, em setembro de 2007, para 84,4%. Um dos responsáveis foi o fim dos provisionamentos extras para a carteira de saúde.