28 de Outubro de 2008 - 14h:06

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Commodities Agrícolas

Por: Valor Econômico

Nova alavancada. Os preços futuros do algodão subiram ontem na bolsa de Nova York, revertendo a tendência de queda. Segundo analistas, a alta se deveu a especulações de que os produtores americanos semearão menos área na próxima safra, em substituição a culturas mais rentáveis. Dados do USDA apontam uma retração de 13% na área plantada com a fibra neste ano em relação a 2007, para 3,64 milhões de hectares. "O algodão é o mais provável candidato a perder área", disse à Bloomberg Jim Lambert, diretor de desenvolvimento de negócios da Globecot, em Nashville. Com isso, os papéis para entrega em março fecharam a 50,95 centavos por libra-peso, alta de 63 pontos. No mercado interno, a libra-peso ficou em R$ 1,2308, segundo o Cepea/Esalq.  

Exportação surpreende. A cotação da soja no mercado futuro encerrou ontem com alta expressiva na bolsa de Chicago. O crescimento das exportações reportado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreendeu o mercado, levando à crença de que a demanda permanece forte. Segundo o USDA, na semana encerrada em 23 de outubro, as exportações cresceram quase 60%, para 40,963 milhões de bushels se comparadas com a semana anterior - analistas esperavam um máximo de 40 milhões de bushels em embarques. Em Chicago, com isso, os contratos de soja com vencimento em janeiro de 2009 subiram 30,50 centavos de dólar, para US$ 8,9750 por bushel. No mercado doméstico, o preço da saca de 60 quilos caiu 1,25%, para R$ 44,93, segundo o indicador Cepea/Esalq

Contratos mais caros. O milho registrou ontem a maior alta em quase uma semana no pregão de Chicago. Os contratos com vencimento em março fecharam a US$ 4,0225 por bushel, um incremento de 13,50 centavos de dólar. "Os produtores americanos não estão vendendo o grão e isso firmou os preços", explicou Christian Mayer, analista de mercado da Northstar. De acordo com a agência Bloomberg, o resultado foi motivado sobretudo por especulações de que a queda de 50% nos preços do milho irá desacelerar a venda dos grãos. Segundo o USDA, a produção de milho, um dos carros-chefe do campo americano, ficará em 12,2 bilhões de bushels nesta safra. No mercado interno, a saca de 60 quilos do milho fechou a R$ 21,98, com queda de 0,56% frente à sexta-feira, segundo o índice Esalq/BM&FBovespa.  
 
 Influência externa. Estimulado pelo avanço observado nos preços de milho e soja, o trigo também subiu ontem. "Acho que estamos vendo uma escalada [de preços] com tom de alívio", disse à Dow Jones Newswires Jack Scoville, analista e vice-presidente da Price Futures, em Chicago. "Tudo está se comportando melhor hoje [ontem]". Além de soja e milho, também os preços de petróleo e ouro avançaram, o que serviu de estímulo adicional às commodities agrícolas. Na bolsa de Chicago, para março de 2009 subiram 14,25 centavos, para US$ 5,49 por bushel. Em Kansas, a alta dos papéis para março foi de 18,50 cents, a US$ 5,8225 por bushel. No Paraná, a saca de 60 quilos foi negociada, na média, por R$ 26,44, uma queda de 0,08%, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral).

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