12 de Novembro de 2008 - 13h:23

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Indústria de chocolate tenta recuperar fôlego no Natal

Por: Valor Econômico - Daniele Madureira

Depois da "onda doce" que fez tremer as prateleiras nos últimos anos - o consumo de chocolate disparou 41% entre 2004 e 2007, segundo a Nielsen, roubando o espaço de categorias consolidadas como a de biscoitos -, as vendas do produto à base de cacau mostram os primeiros sinais de desaceleração. O crescimento continua neste ano mas, conforme a Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), em fôlego bem menor do que o registrado nos anos anteriores: alta de 2,7% prevista para 2008 em volume, contra 17,7% do ano anterior. 

"O aumento previsto para este ano é menor, como o esperado, mas coloca a indústria em um patamar superior ao de 2003, quando houve forte queda nas vendas por conta da alta no preço do cacau", afirma Getúlio Ursulino Neto, presidente da Abicab. Entre 2004 e 2006, a indústria só recuperou o terreno perdido em 2003, diz ele. "Nestes dois últimos anos crescemos de fato", afirma. 

O Natal é estratégico para fechar o terceiro trimestre no azul. O crescimento previsto para dezembro é de 5% sobre o mesmo período de 2007, atingindo 26,1 mil toneladas. Para os fabricantes, a data já é a segunda mais importante do ano depois da Páscoa, diz o vice-presidente da Abicab, Maurício Weiand, citando dados da Nielsen. "O consumo no Natal já corresponde a 18% de toda a venda anual, enquanto a Páscoa representa 26%", diz Weiand, diretor da Florestal, dona da Neugebauer. 

As fabricantes se preparam para a data com o lançamento de embalagens especiais. "Com elas, o consumidor desembolsa um valor menor comparado ao de outros presentes, e podemos conquistar uma margem melhor em relação aos itens de linha", diz o gerente geral da Neugebauer, André Metz. A lata de bombons Amor Carioca, por exemplo, no formato de coração e com peso de 240 gramas, sai por R$ 20 no varejo, enquanto a caixa comum de 300 gramas é oferecida a R$ 5. A Neugbauer também lançou em julho um formato intermediário de barras de chocolate, de 100 gramas, fruto de um investimento de R$ 4 milhões. A divisão de chocolate da Florestal deve crescer 12% este ano, com faturamento previsto de R$ 87 milhões. 

Já a Village gastou R$ 1 milhão nos últimos três anos para oferecer panetones sem gordura trans. A campanha em 500 pontos-de-venda do Estado de São Paulo preparada para este ano vai anunciar o novo produto da marca, o minipanetone, que não será sazonal. "A partir de 2009, teremos o produto o ano inteiro nas gôndolas", diz o gerente comercial, Reinaldo Bertagnon. 

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