17 de Novembro de 2008 - 17h:15

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Plantio de soja acelera-se no país

Por: Valor Econômico

A despeito dos problemas enfrentados pelos produtores, em especial a oferta apertada de crédito para a compra de insumos no início da safra, o ritmo de plantio nas lavouras de soja está similar ao da safra 2007/08 no país. A aceleração do ritmo da semeadura em Mato Grosso, o maior Estado produtor da oleaginosa no país, contribuiu para o desempenho, de acordo com levantamento da Agência Rural. 

De acordo com o relatório, até 13 de novembro, o plantio foi realizado em 52% da área estimada de cultivo para a safra 2008/09 no país, de 22 milhões de hectares. O percentual é idêntico ao registrado na mesma data de 2007. Em Mato Grosso, entre 6 e 13 de novembro, o plantio avançou 15 pontos percentuais, para 80% da área, estimada em 5,8 milhões de hectares. Nessa mesma época de 2007, o plantio havia sido feito em 78% da área prevista para o cultivo. 

Na região Sul, a velocidade da semeadura também está próxima da registrada em 2007, apesar de boa parte das áreas de plantio estar enfrentando chuvas em excesso. A exceção é o trabalho em Santa Catarina. No Estado, onde fica apenas 5% da área da região dedicada ao cultivo de soja, o plantio chegou a 11%, bem abaixo dos 25% da mesma época de 2007. No Paraná, a soja cultivada na região oeste está praticamente toda plantada, de acordo com a Agência Rural. O problema do Estado concentra-se na região sul. O atraso na colheita do trigo por conta do excesso da umidade tem atrasado o plantio da soja. 

O relatório de plantio, o quarto da Agência Rural na safra 2008/09, é o primeiro a mostrar o andamento dos trabalhos de campo na região conhecida como Mapito, da qual fazem parte os estados de Maranhão, Piauí e Tocantins. Nesses, respectivamente, o plantio já ocorreu em 6%, 3% e 3% da área estimada. A Bahia era o único Estado nordestino no qual a semeadura já havia iniciado. 

O plantio ocorre em uma safra de lenta negociação antecipada da soja. De início, tradings e outros financiadores estavam receosos em comprar soja nos patamares de preço que a oleaginosa atingiu entre o fim do primeiro semestre e o início do segundo - na bolsa de Chicago, os contratos foram negociados acima de US$ 16 por bushel, seu novo recorde histórico. Agora, os produtores aguardam a recuperação das cotações para comercializar a produção. 

Em novembro, como tradicionalmente ocorre nesta época de entressafra, o preço do grão no mercado interno tem se recuperado. No pólo de produção de Sorriso (MT), o preço da saca de 60 quilos chegou a R$ 39 na quinta-feira, alta de 9,85% acumulada no mês e de 12,71% nos últimos 30 dias, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola. Em Rondonópolis, o preço da saca de 60 quilos chegou a R$ 42,50 na quinta, alta de 6,25% em novembro e de 8,97% em 30 dias. Em outubro, em contrapartida, o preço da saca de 60 quilos acumulou teve queda de 1,38% em Sorriso e de 1,23% em Rondonópolis, segundo o Imea. (PC) 

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