21 de Novembro de 2008 - 11h:33

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GM: mal nos Estados Unidos, investimentos no Brasil

Por: Midia Mais

À beira da falência, a General Motors tenta convencer o Congresso dos Estados Unidos a prestar socorro a sua situação financeira. Acompanhada das montadoras Chrysler e Ford, tenta US$ 25 bilhões para garantir suas operações até 2010. A imagem manchada da GM lá fora gera desconforto aqui dentro. Em caso de quebra da matriz, como fica a Chevrolet?

As vendas de automóveis atingiram o menor nível dos últimos 26 anos nos Estados Unidos, enquanto a maior eficiência das montadoras asiáticas ajuda a responder pelos prejuízos consecutivos da centenária montadora de Detroit. Mas a realidade no Brasil é outra. Apesar de assumir o cenário desafiador à frente, a Chevrolet - GM do Brasil - veio a público tranqüilizar o mercado; lembrar que dá lucro desde 2006.

Basicamente, a propaganda negativa da matriz pode trazer algum impacto às vendas da subsidiária brasileira, como viés de desvalorização de seus veículos no futuro. Frente a esta possibilidade, a GM do Brasil garantiu independência jurídica da matriz e reafirmou todos os investimentos programados para o País entre 2009 e 2012.

Entre os investimentos assegurados, destaque para a construção de um centro logístico em Porto de Suape no estado de Pernambuco, expansão do Centro Tecnológico em São Caetano do Sul e construção de nova fábrica de motores na cidade de Joinville , Santa Catarina. Mesmo em caso de recuperação judicial da GM norte-americana, as atividades no Brasil não serão afetadas diretamente, segundo a empresa.

A GM, o Brasil e a realidade
O comunicado divulgado, com título de "A GM, o Brasil e a realidade dos fatos", mostra caráter mais tranqüilizador que informativo. Para tal efeito, destaca operações de sucesso na região, além do fato da subsidiária brasileira estar integrada à LAAM - operações da marca na América Latina, África e Oriente Médio - responsável pelo melhor desempenho operacional de todo conglomerado neste ano.

No mesmo sentido dos esforços da matriz, a subsidiária brasileira mostrou confiança de que as autoridades norte-americanas tomarão as medidas necessárias para combater a crise no setor.

Reconhecendo os problemas, mencionou que "a General Motors Corporation - assim como outras montadoras e empresas de outros setores - vem sofrendo as conseqüências da situação norte-americana", diante da "pior crise das últimas décadas".

De volta a 1942
A montadora de Detroit pode ser considerada um símbolo do capitalismo. Fundada por Billy Durant em setembro de 1908, se tornou a maior fabricante do mundo de veículos automotores. Chegou ao Brasil em 1925, operando em galpões alugados no bairro do Ipiranga, em São Paulo. O primeiro lançamento da marca Chevrolet foi o Opala, em 1968.

A crise da GM norte-americana é evidenciada pelo desempenho de suas ações na bolsa de Nova York. Com desvalorização de mais 9,7% nesta quarta-feira, as ações já perderam 90% do valor só em 2008, atingindo o menor nível em 66 anos.

Com o colapso do segmento como um todo nos Estados Unidos, as ações da Ford caíram mais 25% neste pregão e atingiram o menor patamar em 26 anos.

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