24 de Novembro de 2008 - 14h:16

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SLW cria empresa focada em educação de investidores

Por: Valor Econômico - Angelo Pavini

Apesar da queda do mercado acionário, a procura por educação financeira continua grande, como mostram as iniciativas de corretoras em montar cursos e empresas de orientação sobre como aplicar na bolsa. Uma das mais recentes a entrar nesse segmento é a SLW, tradicional corretora paulistana com 37 anos de mercado. A corretora, uma das 15 maiores independentes do mercado, está investindo na renovação de sua marca, reforçando a área de pesquisa, criando uma gestora de recursos e agora montando a SLW Educacional, conta Robson Queiroz, diretor comercial. "Reforçamos a área de consultores, ampliando-a de 50 para 70 profissionais, cada um atendendo em média 50 clientes", diz o executivo.  

O departamento de análise de empresas também foi ampliado, de três para seis consultores. Tudo isso acompanhando o crescimento do número de clientes, de cerca de 30% no ano, para 8 mil ativos, que fazem ao menos uma operação por mês. Ao mesmo tempo em que investe no home broker e na área educacional, que deve atrair jovens para a corretora, a SLW reforçou sua asset, que hoje conta com quatro fundos. "A idéia dos fundos é dar uma opção para o investidor em momentos mais tumultuados, para que ele não precise voltar para o banco para aplicar em um fundo conservador", diz. 

A meta da SLW é crescer em 20% o número de clientes, apesar da crise financeira. Para compensar a turbulência dos mercados, a estratégia da corretora é investir em informação. "Com isso, não houve redução de clientes, mas um giro menor das carteiras", explica. O investimento da corretora na modernização está em torno de R$ 1 milhão. 

Para cuidar da SLW Educacional, a corretora foi buscar Felipe Bueno, que trabalhou 11 anos no Banco Votorantim. Usando a estrutura de professores da empresa L2G Financial Tecnologies, Bueno destaca que os profissionais que dão as aulas dos cursos são pessoas com experiência de mercado. "Achamos a parte prática tão importante quanto a teórica", diz Queiroz. 

Os cursos se dividem em sete estágios e incluem ciclos básico, intermediário e avançado, abrangendo aspectos de análise fundamentalista, gráfica e de derivativos. O básico leva quatro dias, com 12 horas. Os intermediários, de 36 horas, duram de duas a três semanas. Já os módulos avançados podem chegar a 120 horas-aulas. O avançado grafista é preparatório para a certificação internacional Chartered Market Technician (CMT). Já o de análise fundamentalista é preparatório para o Chartered Financial Analyst (CFA). 

Hoje a SLW Educacional forma 150 investidores no curso básico por mês. O objetivo é chegar a 300 por mês no Brasil inteiro, afirma Bueno. A empresa conta com filiais no Maranhão, Bahia, Porto Alegre, Recife, Brasília e Goiânia. Quatro novas filiais devem ser abertas até o fim deste ano, duas no Rio. 

O preço dos cursos varia de R$ 600, no caso do módulo básico, a R$ 4 mil, no caso do nível avançado. A preocupação, afirma Bueno, é mostrar sempre a relação entre o risco e o retorno das aplicações e a necessidade de disciplina do investidor. Segundo Bueno, num cenário de crise, é normal os investidores procurarem cursos com pessoas experientes no mercado. "Mas não queremos apenas atrair clientes, queremos levar educação financeira para as pessoas de forma séria", diz Bueno. 

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