09 de Dezembro de 2008 - 18h:37

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Terceirização no setor sucroenergético

Por: Protefer

O agronegócio está acostumado aos bons e aos maus tempos e a convivência com a volatilidade e a incerteza transformou essa relação em core competence, a identificação do Brasil no cenário internacional. O setor tem a capacidade de inovar, adaptar, reinventar e aumentar continuamente os ganhos de produtividade.

Até o início da crise em setembro de 2008, o segmento sucroalcooleiro era considerado o melhor custo de oportunidade; ou seja, comparativamente a outros investimentos, prospectava ganhos marginais superiores, levando à inversão de capital de estrangeiros, grandes grupos nacionais, fundos de investimento, entre outros. Conseguiu reunir no mesmo "plantel", na acepção de os mais capazes, agricultores e usineiros experientes, grandes grupos econômicos, tradings e até neófitos abonados.

A queda dos preços e as incertezas causadas pela reestruturação de ativos nos Estados Unidos, carregando consigo outros países, considerada no mundo todo como uma das maiores crises, direcionou-o à escassez mundial do crédito, investimentos procrastinados e o pedido de recuperação judicial de players importantes do setor.

Ressalva-se que o capitalismo é a conseqüência de um interregno entre crises, trazendo em seu bojo o darwinismo empresarial, onde apenas as empresas que tomam as decisões defensivas no sentido de redução dos custos, e arrojadas em suas decisões inovadoras, sobrevivem, prosperam, aumentam sua participação no mercado e firmam produtos e/ou marcas cada vez mais importantes no relacionamento com clientes e fornecedores.

A terceirização no setor não é novidade no segmento sucroalcooleiro, entretanto, é tímida, exceções à parte, reservando-se mais ao CCT – Corte Carregamento e Transporte, quando há oportunidade de ampliar desde a preparação de mudas até a entrega do produto final aos consumidores institucionais.

Destarte, algumas corporações apresentam aos empresários e executivos do segmento sucroalcooleiro a terceirização, inclusive de equipamentos e comboios. São oportunidades para concentrar-se no negócio e transferir a terceiros, atividades secundárias, contudo especialização das empresas terceirizadas.

Crises, independente da extensão, amplitude ou profundidade, são oportunidades, para repensar processos, inovarem, melhorar o desempenho, concentrar-se no core business, aumentar a rentabilidade e gerar caixa para momentos difíceis ou oportunidades de expansão, aquisição ou investimentos, porque são inerentes à dinâmica do sistema capitalista, assim como as organizações com maior capacidade de adaptação e continuidade.

Em qualquer cenário, a terceirização é uma alternativa proeminente, quando a tônica é sobreviver/crescer e agregar valor, que significa obter resultados acima do custo de capital, nos momentos difíceis a alternativa é o ajuste dos custos, indiretamente melhorando o resultado para os acionistas/proprietários que estão concisos que a melhora no valor da empresa significa aumentar sua riqueza, o que beneficia a sociedade, de maneira direta ou indireta.

Outras vantagens podem ser suscitadas, além do foco no core business, como parceira no desenvolvimento de novos produtos e serviços, melhoria do desempenho e redução da imobilização (aquisição de bens), valores que podem ser aplicados na atividade principal, sobretudo quando os recursos financeiros estão indisponíveis ou caros. Enfim, inicialmente preferimos o termo reestruturação dos preços dos ativos, ao invés de crise, porque há oportunidades para os líderes visualizarem e anteverem novos negócios ou novas formas de fazê-los: a terceirização é uma delas.

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