15 de Janeiro de 2009 - 13h:52

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Aplicações no Tesouro Direto crescem 102% em 2008

Por: Valor Econômico - Arnaldo Galvão

O programa Tesouro Direto fechou 2008 com vendas de R$ 1,55 bilhão em títulos públicos federais, um crescimento de 102,05% sobre o ano anterior. No ano passado, o sistema atingiu 145.939 investidores registrados, aumento de 41,7% no período. Em seu primeiro ano de vida, em 2002, 5.854 pessoas físicas compraram R$ 76,05 milhões em títulos da dívida pública. De acordo com as informações divulgadas pelo governo, o interesse nesse tipo de investimento é crescente e nem sequer a fase mais aguda da crise internacional, depois de 15 de setembro, data da quebra do banco Lehman Brothers, freou seu ritmo. 

Nos últimos três meses de 2008, quando as bolsas ainda apresentavam oscilações fortes, os números do Tesouro Direto mostram vendas de títulos em níveis mais elevados que os verificados em agosto e setembro. Em julho do ano passado, por exemplo, o resultado ficou na casa dos R$ 183 milhões, mas recuou para os R$ 114 milhões em agosto e setembro. Em outubro, no entanto, foi além dos R$ 259 milhões. Em novembro, a venda de títulos somou R$ 180 milhões e, no último mês do ano, encerrou em mais de R$ 160 milhões. 

O ano passado foi encerrado com 42.946 novos investidores cadastrados no Tesouro Direto. A maior demanda foi pelas Letras do Tesouro Nacional (LTN), papéis prefixados, com 30,27% no ano passado. Em seguida ficaram as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), com rentabilidade vinculada à variação do IPCA acrescida de juros, com 26,57%. As vendas de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), com juros indexados à taxa Selic, representaram 16,39% em 2008. As Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F) - títulos prefixados com juros semestrais - responderam por 15,61%. Já as NTN-B Principal, cujo retorno é vinculado ao IPCA, mas com pagamento de juros somente no vencimento, representaram 11,16% das vendas em 2008. 

Na análise da rentabilidade dos papéis, as Notas do Tesouro Nacional série C (NTN-C) - papel com rentabilidade vinculada ao IGP-M e que não são mais ofertados pelo Tesouro - com vencimento em 2011 proporcionaram retorno de 15,4% no ano. Em segundo lugar veio a NTN-F 2011, com 14,2%. Os prefixados deram aos investidores retornos entre 11,9% e 14,2%. Os títulos ligados à taxa Selic ficaram com ganhos de 12,2% a 12,5%. No caso dos papéis remunerados por índices de preços, os retornos foram de 1,2% a 15,4%. No ano passado, o CDI rendeu 12,37% enquanto a poupança, que é isenta de imposto de renda, pagou 7,89% . 

Comparando as faixas de investimento por valor, 27,6% das vendas realizadas no ano passado pelo Tesouro Direto foram de até R$ 1 mil. Em segundo lugar, com 17,9%, está o intervalo de R$ 10 mil a R$ 50 mil. Em terceiro, com 15,1%, ficaram as aplicações entre R$ 1 mil e R$ 2 mil. Com isso, no total, 63,3% das vendas foram de até R$ 5 mil. 

A classificação dos agentes de custódia do Tesouro Direto em dezembro teve o Banco do Brasil em primeiro lugar. Em seguida vieram as corretoras Ágora e Socopa e a Caixa Econômica Federal. 

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