05 de Fevereiro de 2009 - 12h:48

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Sata, que liderou mercado, entra em recuperação judicial

Por: Valor Econômico - Roberta Campassi

A Sata, empresa da Fundação Rubem Berta (FRB) que presta serviços aeroportuários e nesse segmento já foi a maior do país, entrou em recuperação judicial na terça-feira. A empresa teve o pedido de recuperação aceito pela juíza Fernanda Galliza do Amaral, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. 

A partir da decisão da Justiça, todas as execuções contra a empresa e valores devidos por ela, inclusive em questões trabalhistas, foram suspensos. Como administrador judicial foi nomeado Gustavo Licks, sócio de uma empresa especializada em perícia contábil e análise patrimonial. Procurada, a Sata não retornou o pedido de entrevista. 

Segundo despacho da juíza, a Sata afirma que "vem passando por gravíssima situação econômica e financeira". A crise da empresa teve início entre 2005 e 2006 na esteira do brutal encolhimento de sua principal cliente, a antiga Varig, companhia aérea que também pertencia à FRB - segundo o despacho, dois terços do faturamento da Sata eram gerados pelos serviços prestados à Varig. Em 2007, porém, o que sobrou da companhia aérea foi vendido à Gol e os serviços da Sata foram substituídos pelos da multinacional Swissport. 

No fim de 2006, já em crise, a Sata negociou uma fusão com a empresa portuguesa Groundforce, mas não teve sucesso. No ano seguinte, ficou sob o risco de perder a licença para operar em aeroportos devido a dívidas com a Infraero, mais tarde renegociadas. 

Hoje, segundo Selma Balbino, secretária geral do Sindicato Nacional dos Aeroviários, a companhia tem 1,5 mil funcionários - em 2002, segundo ela, eram 7 mil. A Sata, afirma Selma, deixou de honrar o pagamento de rescisões trabalhistas a centenas de empregados demitidos desde 2006. "Além disso, a empresa tem cerca de R$ 25 milhões penhorados como resultado das ações trabalhistas que ela perdeu", diz. 

A Sata é especializada em serviços aeroportuários, como transporte de bagagem e carga, limpeza e abastecimento de aeronave e organização de documentos de voo. Hoje, a líder de mercado no segmento é a Swissport, do grupo espanhol Ferrovial. Sua maior cliente é a Gol, que detém cerca de 42% do mercado doméstico. A TAM, companhia aérea líder no país com 49%, tem serviço de terra próprio. Empresas menores como SEA e Vit Solo vêm ganhando mercado. 

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