10 de Agosto de 2009 - 17h:15

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Independência fala em construção de ‘agenda positiva’

Por: Redação Acrimat

A Acrimat acha positivo o esforço, mas continuam pensando a mesma coisa: os pecuaristas querem receber 100% da dívida.

Os representantes do frigorífico Independência já participaram de diversas reuniões com confederações, sindicatos e pecuaristas para ajustarem a proposta apresentada pela indústria no Plano de Recuperação Judicial. Ontem (06), durante reunião em Brasília com credores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Minas Gerais e Goiás, eles receberam uma proposta unificada e ficaram de apresentar uma posição na semana que vem. “Queremos construir uma agenda positiva com os credores do Independência e é legitimo os produtores reivindicarem melhorias na proposta”, disse o diretor comercial do frigorífico Independência Eduardo Pedroso. Segundo ele, “a proposta feita pelos pecuaristas é muito difícil de ser atendida, mas não impossível. Vamos conversar com os bancos e estudar a sua viabilidade.” Ele ressalta que “para melhorar a proposta para um lado, temos que piorar a proposta de outro lado, pois a capacidade do caixa não altera, é a mesma”.

A proposta unificada dos pecuaristas dos cinco estados prevê o pagamento de 100% da dívida com os 1.524 pecuaristas na ordem de R$194 milhões, data para pagar, com juros e correção monetária nas dívidas. “O esforço do Independência para encontrar uma saída para o problema é muito importante e demonstra sensibilidade dos dirigentes com a situação. Isso vai facilitar o dialogo e aumentar a confiança do produtor em continuar com uma relação comercial com o grupo. Porém, nossa proposta de receber toda a dívida do pecuarista com juros e correção monetária, continua inalterada”, disse o representante da Acrimat na comissão de credores, Marcos da Rosa.

O diretor comercial do Independência Eduardo Pedroso, disse ainda , que o Plano de Recuperação Judicial apresentado “não é de todo péssimo comparado com os demais planos nesse mesmo setor e a sua não aprovação (Plano original) pode acarretar em muitos problemas e levar a empresa à falência”. Desta forma, segundo Pedroso, “ninguém vai receber nada”. Outro ponto que o representante do Independência observa é que o Plano prevê a possibilidade de uma defasagem de 70% da dívida junto aos bancos quirografários. “Os banco analisam a questão de forma impessoal, matemática. Eles querem saber dos riscos, das taxas de juros, da viabilidade da empresa. O banco faz a conta de quando receberia com a empresa funcionado e qual seria o seu retorno no caso de falência. Os pecuarista já pensa de forma diferente, até porque eles vivem da venda do gado e não tem condições de assumir uma dívida. Por isso é diferente as negociações com os bancos e com os pecuaristas”, analisou Eduardo Pedroso.

Para o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso - Acrimat, Luciano Vacari, “o esforço do Independência é positivo, pois demonstra que eles estão buscando alternativas já que o pecuarista não aceitou a plano apresentado. Mas, volto a ressaltar, que continuamos pensando da mesma forma. Queremos receber 100% dos débitos junto aos criadores e não apenas para quem tem a receber R$ 80 mil”. Ele lembrou que “só em Mato Grosso 494 produtores estão sem os R$ 55 milhões que o Independência ainda não pagou”.
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