29 de Setembro de 2009 - 12h:07

Tamanho do texto A - A+

Assembleia de credores da Qimonda começou esta manhã em Gaia (Portugal)

Por: Lusa - Público

A assembleia de credores da Qimonda Portugal começou esta manhã em Gaia. O futuro da empresa de semicondutores poderá ser garantido com os votos favoráveis do Estado e dos bancos BCP e BES.

Antes da assembleia, em declarações à agência Lusa, o administrador da insolvência da Qimonda de Vila do Conde revelou que as três entidades - responsáveis por 77 por cento dos 366 milhões de euros de créditos reclamados sobre a empresa - deverão votar “em bloco” a favor da sua recuperação na assembleia de credores, que hoje decorre em Gaia.

“O Estado e os bancos vão votar em bloco, estão todos na mesma linha”, adiantou Armando Rocha Gonçalves, acrescentando que, enquanto principais credores, a sua votação será decisiva e garantirá a viabilização da unidade.

Contactada pela Lusa, fonte da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) confirmou que esta entidade, “em representação do Estado, manterá a posição que até aqui tem assumido: o objectivo é de ajudar a viabilizar a empresa, pelo que só na ausência de alternativas é que faria sentido falar em liquidação”.

Entre os trabalhadores da Qimonda, o administrador da insolvência admite, contudo, que “há mais do que uma leitura: uns entendem que esta situação do lay-off é altamente lesiva dos seus interesses, porque recebem apenas cerca de 70 por cento dos proventos, e no fundo de desemprego [a que poderão recorrer se a empresa for liquidada] estarão a receber mais”, disse.

Segundo Rocha Gonçalves, na assembleia de hoje a administração da Qimonda irá apresentar “um plano [de viabilização] mais preciso” do que avançado na última reunião, em Junho. “Há uma actualização do plano de negócio”, disse, embora antecipando que não venham a ser revelados grandes pormenores sobre os contactos em curso com potenciais investidores interessados na empresa.

De acordo com o administrador judicial, a administração “está em negociações” com potenciais parceiros, aguardando “autorização da comissão de credores para fechar negócio”, mas “pede o máximo sigilo para não prejudicar” os contactos, que são “de grande delicadeza”.

Conforme adiantou à Lusa o administrador judicial, o plano de viabilização a apresentar pela administração “não tem alterações de fundo” face ao documento apresentado em Junho, adiando apenas do último quadrimestre para o último trimestre de 2009 a retoma da produção da Qimonda.

Inicialmente, o plano prevê “volumes de produção reduzidos, evoluindo progressivamente até Dezembro de 2010, após o qual se verifica a estabilização da actividade” e está prevista a criação de 1000 postos de trabalho.

VOLTAR IMPRIMIR