13 de Outubro de 2009 - 11h:32

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Grupo marcos pede recuperação judicial

Por: Anderson Costa - Hoje Notícia

O Grupo Marcos requereu recuperação judicial, após fechar ontem quatro das dez lojas que funcionam no Estado. O anúncio foi feito pelos advogados do gru-po empresarial, depois de vários rumores levantados nos últimos três meses, devido à falta de produtos nas lojas. Os representantes não revelaram o valor da dívida do Marcos, mas admitiram a exis-tência de débitos junto ao Estado e com cerca de 500 empresas credoras. As lojas fechadas foram a dos setores Serrinha, Marista, Oes-te e da Praça do Ratinho, e ainda em Caldas Novas.

Segundo os advogados, o fe-chamento das unidades foi uma das primeiras ações para tentar manter a sobrevivência financeira do grupo. “Temos 60 dias para a-presentar o plano de recuperação da empresa, que deve ser aprovado pela Justiça e por uma assembleia de credores”, informou José Carlos Issy, um dos advogados.

Questionado sobre possível compra das três lojas por parte de algum grupo empresarial, os advogados negaram a existência de qualquer proposta neste sentido. Porém, o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio do Estado de Goiás (Secom-GO), José Nilton Carvalho, afirmou que a situação do grupo Marcos estava sendo monitorada pela entidade, desde o início do ano. Segundo ele, o Pão de Açúcar, Bretas e um grupo chinês seriam os prováveis candidatos a assumir a direção das lojas fechadas.

Conforme o professor em Direito Empresarial Ricardo Aguiar Barros, pela atual Lei de Falências, o pedido de recuperação judicial feito pelo Marcos não significa a falência, no entanto, admite que é uma situação delicada para a empresa.

Motivo da crise
Os advogados disseram que a crise econômica mundial, iniciada em setembro de 2008, seria o real motivo do agravamento da atual situação financeira do gru-po, que atua há 40 anos em Goiás. “Infelizmente o ponto alto da cri-se mundial coincidiu com o pe-ríodo de investimentos de expan-são da rede, iniciado no começo do ano”, justificou.

Segundo o presidente do Se-com-GO, o real motivo da crise que atingiu o Marcos seria a compra de cinco lojas de supermercados no Distrito Federal. “Na é-poca a compra dessas lojas teria sido feita, segundo especialistas, a um preço bem acima do mercado. O grupo também assumiu um grande passivo trabalhista dessas lojas”, contou Carvalho. Os advogados do grupo alegam que o contrato de compra e venda dessas lojas no Distrito Federal é alvo de contestação na Justiça. “Tínhamos garantia em contrato que essas lojas tinham condições de funcionamento, porém, ao assumir a direção foi constatada a existência de irregularidades, como a ausência de alvarás de funcionamento”, explicou Issy.

Mais de 300 funcionários, que trabalhavam nas quatro lojas fe-chadas ontem, foram dispensados, de acordo com Carvalho. Ele conta que a demissão em massa não foi novidade para os empregados. “Muitos já estavam de aviso prévio e há 30 dias já trabalhavam quatro dias por semana devido à falta de produtos. Além do mais, uma série de demissões já estava sendo feita paulatinamente desde de janeiro”, afirmou.

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