04 de Novembro de 2009 - 10h:23

Tamanho do texto A - A+

Bovespa reage e fecha em alta de 1,78%

Por: Bianca Ribeiro - Valor Online

Boa parte das perdas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) verificadas na sexta-feira foram compensadas neste pregão. De início instável, o mercado acionário local conseguiu defender a valorização na segunda metade do pregão, ignorando inclusive o mau humor em Wall Street, que prevaleceu em boa parte do dia.

Após testar mínima de 60.723 pontos pela manhã, o Ibovespa abandonou o campo negativo e fechou em alta de 1,78%, aos 62.643 pontos, com giro financeiro de R$ 6,590 bilhões. No último pregão, o índice havia caído 3,41%, com perda de 5,40% na semana e alta de apenas 0,05% no mês de outubro.

A consolidação do terreno positivo pelo índice se deve basicamente a fluxo, avalia Kelly Trentin, analista de investimentos da corretora SLW. "Desde o IOF, a saída de capital em bolsa foi de US$ 3,8 bilhões (até dia 28) e em outubro Ibovespa ficou praticamente no zero a zero. Os investidores podem estar voltando para aproveitar preços mais atrativos", avalia.

Ela destaca ainda que, mesmo a produção industrial tendo aumentado menos do que o esperado (0,8% em setembro ante estimativas de até 1,7%), a produção de bens de capital teve um salto de 5,8% no período, o que indica investimentos. "Se os empresários estão investindo é porque estão confiantes em uma demanda forte, o que contribuiu para o otimismo em bolsa."

Entre os ativos de maior peso na carteira, Petrobras PN subiu 1,45% (R$ 35,60); Vale PNA ganhou 3,82% (R$ 40,96). A mineradora anunciou hoje que pretende fazer uma emissão de bônus com vencimento em 30 anos, mas ainda não comunicou o valor. A alta das ações indica que o mercado confia em uma forte demanda pelo papel e no sucesso da captação que pode fortalecer o caixa para eventuais aquisições no futuro.

Os papéis do Itaú Unibanco PN avançaram 5,49% (R$ 10,56) após o banco anunciar lucro de R$ 2,268 bilhões no terceiro trimestre, o que ajudou a sustentar ganhos do Bradesco PN, que se valorizou 2,14% (R$ 35,30) e do Banco do Brasil, cujos papéis ON ganharam 3,08% (R$ 29,08).

Os agentes também repercutiram o resultado da Braskem, que reportou lucro de R$ 645 milhões no terceiro trimestre. As ações da petroquímica lideraram a alta do dia, com ganho de 5,55% (R$ 12,35). Klabin teve aumento de 4,33% (R$ 4,33) e ALL registrou aumento de 4,31% (R$ 13,55).

Em Wall Street, os agentes passaram boa parte do pregão reagindo com cautela por conta de notícias do setor bancário. Além da recuperação judicial do CIT, os agentes monitoraram o prejuízo do UBS e as notícias de que Lloyds e RBS receberão mais dinheiro do governo britânico para sanear as contas dos bancos.

Ainda assim, os agentes reagiram bem ao aumento de 0,9% nos pedidos à indústria em setembro e à notícia de que o fundo de investimentos de Warren Buffett, o Berkshire Hathaway Inc., acertou a compra do Burlington Northern Santa Fe Corp. (BNSF), do setor ferroviário dos EUA, em transação avaliada em US$ 44 bilhões. Antes do fechamento, previsto para as 19h, o Dow Jones apontava baixa de 0,47% (9.742 pontos), o S P 500 recuava 0,14% (1.041 pontos) e o Nasdaq operava estável (2.049 pontos).

VOLTAR IMPRIMIR