06 de Novembro de 2009 - 10h:51

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Independência: assembleia é suspensa 2 vezes para incluir proposta

Por: Agência Estado

A assembleia do frigorífico Independência foi suspensa duas vezes, hoje. A primeira ocorreu à tarde e foi retomada às 17 horas. No entanto, a sessão voltou a ser paralisada novamente até as 20 horas para que sejam redigidas as modificações propostas pelos bancos e incluídas no plano que será votado ainda hoje.

Ainda existe um impasse em relação a uma bonificação que seria dada aos bancos por serem os únicos credores que aceitaram dar um desconto de 50% do valor da dívida a receber.

A proposta apresentada pelo advogado Eduardo Matar, que representa os credores financeiros, prevê que seja dado aos bancos um bônus de 50% do valor recebido pelos acionistas em uma eventual venda da empresa.

Além disso, os agentes financeiros querem que os bônus de subscrição, que garantiriam o pagamento desse valor, sejam emitidos imediatamente e não apenas em uma situação de venda. "Isso daria a possibilidade de os bancos negociarem esses títulos no mercado e fazer dinheiro", disse Matar.

Ainda relacionado a esses bônus, os bancos querem que a execução seja feita dentro de um prazo de dois anos. Caso a empresa não seja vendida, os bancos passariam a ter o controle de 50% da empresa, sendo acionistas.

Segundo o advogado do Independência, Luiz Fernando Paiva, a empresa aceita ceder aos bancos metade do valor que receberá em uma eventual venda, mas não aceita ter os bancos como acionistas, da forma proposta, caso a empresa não seja vendida. "A empresa aceitou praticamente todos os pedidos dos bancos, mas esse não pode ser", disse.

Após a discussão sobre esse assunto, Thomas Felsberg, representante do JP Morgan, um dos maiores credores financeiros, disse que gostaria que duas cláusulas fossem retiradas do plano. A primeira diz respeito à suspensão das execuções dos acionistas após o cumprimento do plano de recuperação.

A segunda trata da liberação das garantias dos acionistas, também após o cumprimento do plano. "Esses são artigos que não deveriam estar no plano, porque a lei não trata sobre esse assunto", disse Felsberg.

Segundo Paiva, as duas cláusulas são padrão em processos de recuperação judicial e a empresa não abre mão delas, por isso serão mantidas. Na prática, as cláusulas liberam os acionistas de eventuais processos futuros, mesmo depois de cumprido o plano.

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