10 de Dezembro de 2009 - 10h:55

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Egreja tenta retomar controle de usina

Por: Lázaro Júnior - Folha da Região

A família Egreja, que recentemente foi afastada pela Justiça da direção da Companhia Açucareira de Penápolis, a Usina Campestre, tentará retomar a administração da empresa. A Folha da Região apurou que, na tarde de ontem, foi distribuído para a 1ª Vara do Fórum de Penápolis um pedido de recuperação judicial apresentado pelo departamento jurídico que representa o presidente afastado da usina, José Silvestre Viana Egreja.

O teor da solicitação não foi divulgado, pois a informação é de que o pedido ainda será analisado pelo juiz responsável. A iniciativa pode ser vista como uma alternativa para a antiga administração apresentar uma proposta para sanar as dívidas com os credores. O pedido foi elaborado com base na
Lei Federal 11.101/2005, também conhecida com Lei de Falências, que proporciona ao devedor a oportunidade de envolver todos os credores e apresentar um plano de recuperação para evitar a falência de uma empresa.

INTERVENÇÃO

A intervenção na administração da Campestre foi determinada pelo juiz da 2ª Vara do Fórum de Penápolis, Adriano Rodrigo Ponce de Oliveira, em atendimento a uma ação de penhora movida por um dos maiores credores da indústria. No dia 11 de novembro, duas empresas assumiram a direção da açucareira, numa comissão composta também por José Egreja. Entretanto, posteriormente, o juiz determinou o afastamento do presidente da usina.

Na última segunda-feira, a família Egreja entrou com recurso no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) requerendo a volta de José Egreja à presidência da empresa. Essa medida trouxe insegurança aos novos administradores, que não querem tomar nenhuma decisão - inclusive pagar dívidas - antes do recurso dos Egreja ser julgado.

O receio foi confirmado pelo advogado Cristiano Rêgo Benzota de Carvalho, que representa o escritório do credor que moveu a ação de penhora contra a usina. Ele participou de uma reunião na manhã de ontem com quase 200 fornecedores de cana da usina.
Ao ser questionado sobre quando a nova administração faria uma proposta de acordo para o pagamento dos atrasados, deixou claro que isso só acontecerá após a análise do recurso. "O programa de pagamento será apresentado após termos segurança jurídica", declarou. Carvalho calcula que em dez dias deve haver um posicionamento do TJ sobre o caso.

APOIO
No encontro, que aconteceu na sede do Sindicato Rural de Penápolis, ele pediu apoio aos fornecedores. Informou que após a decisão, uma empresa será contratada para fazer uma auditoria e levantar os débitos da empresa, para propor um plano de pagamento.

Na reunião, foi formada uma comissão de fornecedores que atuará próximo à administração da usina. Ela é composta por representantes das prefeituras de Penápolis, Alto Alegre e Luiziânia, um membro do Sindicato Rural de Penápolis, um do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Penápolis e um representante da Pliscana, associação que atua no setor. "Estamos todos do mesmo lado, somos todos credores e sem fornecedores a usina não funciona", declarou.

Ele garantiu que haverá transparência nas ações da nova gestão e que os novos administradores não "abandonarão o barco". "Iremos até o fim e o fim é a solução dos problemas", disse. 

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