11 de Março de 2010 - 11h:24

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Samello está pronta para voltar à ativa

Por: Agência Estado

Uma das mais tradicionais fabricantes de calçados masculinos do País, a Samello, em recuperação judicial desde 2006, está pronta para voltar à ativa, com produção própria. A partir de maio, o maquinário da fábrica de Franca, no interior de São Paulo, passará a produzir 500 pares diários de sapatos, que demandarão a contratação de 150 funcionários diretos.

Hoje, a produção está nas mãos de 18 empresas terceirizadas. O volume ainda é modesto se comparado aos 10 mil pares que saíam da empresa diariamente na primeira metade da década. Na época, o grupo faturava US$ 100 milhões por ano e embarcava 70% da produção para o mercado externo.

Mas a valorização do real dificultou as exportações e interrompeu uma história de sucesso, que começou há 84 anos. No início da intervenção judicial, a dívida de Samello somava R$ 90 milhões, dos quais 70% já foram pagos.

As pendências trabalhistas estão praticamente quitadas. Além da Samello Calçados, a terceira geração da família Sabio Mello, fundadora da empresa, produz solados de borracha e de couro, mantém uma rede de franquias da marca e uma fazenda de gado no Mato Grosso. Esses negócios ficaram de fora da recuperação judicial.

Animada, a Samello resolveu sair da retranca. Além de ativar a fábrica, vai investir na expansão da sua rede de franquias. A empresa planeja abrir dez novas lojas este ano com a sua marca, devendo fechar 2010 com 24 unidades. "Resolvemos investir nesse canal de vendas para poder mostrar ao consumidor, em um único lugar, toda a nossa coleção e também porque é um negócio promissor", diz Tom Mello, responsável pela área de franquias da empresa e neto do fundador, Miguel Sabio de Mello.

O investimento para abrir uma franquia da marca, que fatura em média R$ 75 mil por mês, é de R$ 300 mil. A expectativa de Mello para este ano é aumentar em 80% o faturamento da sua rede de franquias. E ele avisa: o modelo que projetou a empresa, o dockside, da Samello, está de volta. "Ele está mais moderno, adaptado aos novos tempos", diz Mello.

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