19 de Abril de 2010 - 12h:43

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Antigo administrador da Ceres prepara plano de recuperação

O antigo administrador da Ceres, Francisco Lemos, está preparando um plano de recuperação da empresa de Coimbra para ser discutido na assembleia de credores, a 9 de junho, revelou hoje à Lusa.

Por: Diário Digital - Lusa

A fábrica está parada desde dezembro e os trabalhadores têm salários em atraso desde setembro. A insolvência foi decretada a 23 de março, apesar da contestação da administração, liderada por Francisco Lemos.

Francisco Lemos pertencia à administração que geria a fábrica até fechar, em julho de 2006, deixando no desemprego cerca de 200 trabalhadores, e foi quem pôs a empresa de novo de pé, iniciando a laboração a 4 de maio de 2009, com 50 trabalhadores, e após uma reabertura, falhada, a 22 de setembro de 2008.

O incumprimento do plano de recuperação acordado com os principais credores, incluindo o Estado e a banca, nomeadamente quanto à regularização da dívida à Segurança Social, levou o Fundo de Garantia Salarial a pedir a insolvência da empresa.

Inconformado, Francisco Lemos prepara agora um novo plano de recuperação, que pretende apresentar ao administrador judicial, de forma a ser votado na assembleia de credores.

"Será um plano de acordo com as nossas condições financeiras mas tendo em conta o interesse dos credores, e que seja exequível e aceite", disse hoje à Lusa Francisco Lemos.

Confrontado pela Lusa, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica do Centro, Jorge Vicente, disse que terá de ser um "plano credível, com pés e cabeça e que os credores tenham tempo para apreciá-lo". "Se for uma recuperação como a de maio do ano passado não estamos de acordo, [porque] a empresa precisa de uma injeção de capital", advertiu o sindicalista.

Hoje à tarde, os trabalhadores reúnem-se em plenário para preparação do processo de reclamação dos créditos, que, segundo Jorge Vicente, "poderão ultrapassar os três milhões de euros".

A dívida da empresa à Segurança Social ultrapassa os dois milhões de euros. À Fazenda Nacional ronda os 270 mil euros e à sucursal em Portugal da Union Fenosa Comercial é de 258 mil euros, segundo consta do processo de insolvência, a que a Lusa teve acesso.

No pedido de insolvência, o Fundo de Garantia Salarial vem reclamar o pagamento de 272.900 euros de subsídios e indemnizações que assumiu perante 171 trabalhadores.

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