23 de Abril de 2010 - 12h:09

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Integração de operações será foco do setor de carnes em 2010, diz Moody's

Por: DCI

A recuperação da demanda externa forma um cenário mais otimista para as indústrias de carnes em 2010, com perspectiva de aumento de receita e melhoria nas condições de liquidez, com as empresas captando recursos por meio de emissão de dívida ou ações. Depois da forte onda de fusões e aquisições verificada no setor, a expectativa é de um ano mais tranquilo para o processo de consolidação, com as maiores empresas focadas na integração de suas operações com as incorporadas, e consequente captura de sinergias. Isso pode resultar em melhora na classificação de risco, na avaliação é da agência de classificação de risco Moody's, que divulgou ontem relatório sobre o setor.

"As companhias estão com foco em integrar as operações que compraram durante a crise, o que configura tendência de queda na alavancagem de algumas delas", afirma o analista Soummo Mukherjee, da Moody's. No ano passado, Perdigão e Sadia anunciaram uma fusão e criaram a BRF-Brasil Foods. A JBS-Friboi uniu suas operações ao frigorífico Bertin e adquiriu a processadora de frango norte-americana Pilgrim's Pride. Já a Marfrig Alimentos comprou a Seara.

Entre as companhias avaliadas pela Moody's - BRF-Brasil Foods, JBS, Marfrig, Minerva e Independência - a companhia resultante da fusão entre Sadia e Perdigão tem o maior rating: Ba1, com perspectiva estável. Segundo Mukherjee, o fato de a empresa ter, em comparação com seus pares, o maior percentual da receita proveniente de produtos com marca e valor agregado, que oferecem melhores e margens mais estáveis, faz a diferença. "Embora a alavancagem seja uma maneira rápida de se fazer uma análise de crédito, a Moody's não tem foco nesse indicador na sua avaliação A geração de caixa das operações é mais importante", disse.

Para JBS e Marfrig, que fizeram diversas aquisições em um curto período de tempo, o principal desafio, na avaliação de Mukherjee, será melhorar o ciclo operacional após as últimas compras. "Se elas não conseguirem melhorar o fluxo de caixa operacional após a incorporação das empresas adquiridas recentemente, pode haver uma pressão de baixa sobre os ratings", disse.

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