03 de Maio de 2010 - 15h:10

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Fusões e aquisições cresceram 98% no pais

Por: Gláucia Civa

O volume de fusões e aquisições praticamente dobrou no primeiro trimestre de 2010, em relação aos três primeiros meses de 2009: conforme avaliação da Deloitte Touche Tohmatsu, organização de firmas-membro que atua em auditoria, impostos, consultoria e finanças corporativas, a alta foi de aproximadamente 98%, somando 214 operações.

De acordo com a avaliação da empresa, as negociações envolvendo somente companhias de capital nacional passaram de 39 no primeiro trimestre de 2009 para 114 em 2010.

Já o volume de compras de empresas brasileiras por capital estrangeiro mostrou-se estável, perdendo participação no total das operações: enquanto no 1T09 este número de transações representava 54% do total, no 1T10 caiu para 30%.

“O avanço por parte das empresas brasileiras é resultado da boa perspectiva da economia doméstica para os próximos anos, em decorrência da expansão do crédito e da evolução positiva do mercado de capitais que alimentam as fontes de recursos para investimentos”, avalia o estudo da consultoria.

Entre os setores que se destacaram no movimento de fusões e aquisições no último ano, o de TI e Internet foi um dos líderes. As áreas financeira, de açúcar e álcool e de serviços também tiveram boa representatividade.

Entre as operações ressaltadas pelo estudo da Deloitte, a joint venture da Sheel e Cosan, no valor de US$ 12 bilhões, é um dos destaques. A consultoria também salienta a aquisição de 25 corretoras de seguro pela Gulf Capital Partner e algumas parcerias, como a do Banco do Brasil com o Bradesco Seguros.

Pouco dinheiro, muita ação

O levantamento fala, ainda, que em um período de escassez de recursos financeiros para a realização de aquisições, como ocorreu no primeiro trimestre de 2009, as transações de fusão, que envolvem a troca de ações, se tornaram mais atrativas, já que não necessitam requerem dívida ou comprometimento de recursos em caixa.

“Com a volta da liquidez ao mercado, as aquisições aumentaram sua participação no total das operações, apresentando-se como a principal estratégia para expansão das transações”, afirma a consultoria, dando destaque ao segmento varejista, no qual negociações como a do Grupo Pão de Açúcar, que comprou o Ponto Frio e se uniu às Casas Bahia, e a da fusão entre Lojas Insinuante e Ricardo Eletro, formando a holding Máquina de Venda, chamaram atenção.

Mercado acionário
O índice Ibovespa encerrou o mês de março na marca dos 70 mil pontos, o maior nível registrado após atingir o piso de 36 mil pontos em novembro de 2008.

Só no primeiro trimestre de 2010, o número de ofertas de IPOs registradas atingiu o mesmo volume de todo o ano anterior.

“A recuperação do mercado acionário, assim como do número de fusões e aquisições, indica uma maior confiança das empresas e dos investidores na atividade econômica nacional”, avalia a Deloitte.

Tendência para 2010
Para o restante do ano, a consultoria prevê que grandes grupos nacionais, como a Brasil Foods, resultante da fusão Sadia/Perdigão, e a Fibria, surgida da negociação entre Aracruz e Votorantim Celulose, irão ganhar força no mercado externo, auxiliadas pela tendência de estabilidade no câmbio e aumento da liquidez do mercado financeiro.

Um exemplo disso, segundo a Deloitte, é a | negociação do Banco do Brasil para aquisição do Banco da Patagônia.

“No entanto, o forte ritmo da atividade brasileira somada ao crescimento da renda e do crédito pode criar maior competição e atrair novos players em alguns segmentos, adiando a possibilidade de internacionalização”, pondera o estudo.

A consultoria
A Deloitte Touche Tohmatsu tem sede na Suíça e atua em aproximadamente 150 países. As empresas componentes do grupo atuam nos setores de auditoria, impostos, consultoria e finanças corporativas, atendendo a mais da metade das maiores empresas do mundo.

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