05 de Maio de 2010 - 13h:20

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Com quem será? Com quem será que sua empresa vai casar?

Por: Flavio Roberto Evangelista de Andrade

Para você que é assíduo leitor dos meus artigos e gosta de estar informado comece pelo início. Quem acha que as empresas podem hoje viver sem formar parcerias está muito enganado. Há mais ou menos vinte anos atrás era uma loucura empresas concorrentes virarem sócias ou parceiras umas das outras.

Num primeiro momento o que se dizia era: como podemos manter os mesmos preços e nos unirmos se somos concorrentes? Já era de se esperar que naquela época ninguém em sã consciência teria coragem para tal situação. Pior é que quando alguém visionário revela uma saída futurística para a empresa, logo, logo, entram os "quebradores de sonho", isso mesmo, aquelas pessoas que sempre dizem que o que queremos fazer nunca dará certo; inventam tantas desgraças que terminamos por acreditar que não dará certo mesmo.

E para não deixar a monotonia tomar conta leia o que segue: a Continental Airlines e a United Airlines, por exemplo, cujos primeiros rumores sobre uma eventual fusão já vêm de 2006, anunciaram que estabeleceram um acordo de fusão, que irá resultar na maior companhia aérea do mundo, com uma rede de mais de 370 destinos. Culminando negociações que se estenderam por quase quatro anos, a United e a Continental anunciaram ter chegado a acordo para a fusão. United Airlines será o nome usado pela nova companhia, detida por uma holding a criar, a Uniter Continental Holdings Inc. "Let's Fly Togheter" (Vamos voar juntos), é o slogan de lançamento da nova companhia, que terá aviões com o nome United, mas cores e logótipo da Continental (Fonte: http://www.turisver.com/article.php?id=47800).

Vivemos atualmente na era das megacompras, megaparcerias e fusões. Prezado leitor, os benefícios da fusão entre Itaú e Unibanco começam a aparecer com mais clareza e foram um dos principais responsáveis pelo lucro recorde do maior banco privado brasileiro no primeiro trimestre do ano. A instituição ganhou R$ 3,2 bilhões entre janeiro e março, 60% a mais do que no mesmo intervalo do ano passado. É o melhor resultado da história do setor para o período. O diretor de Controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderon, atribuiu o desempenho ao aumento do crédito, à redução da inadimplência e aos ganhos de sinergia decorrentes da fusão (Fonte: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=17&id=291102). Será então que casar empresas é o melhor negócio?

Vejam só o que foi publicado da fonte Valor econômico: "Um ano depois de anunciada, a compra da Sadia pela Perdigão está longe de ser decidida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), mas já faz história como o caso símbolo de uma nova etapa do antitruste no país: a era de fusões e aquisições que envolvem dezenas de mercados. A avaliação feita por conselheiros é a de que o CADE passou de um órgão conhecido por julgar fusões em mercados delimitados, como chocolates (caso da compra da Garoto pela Nestlé), ou cervejas (união da Brahma com a Antarctica para criar a AmBev), para negócios que envolvem o varejo como um todo." Isso é para mostrar que muito interessa ao Conselho segundo o próprio conselheiro Carlos Ragazzo: "São fusões e aquisições que têm impacto direto na população", continuou, citando ainda outros grandes processos que chegaram ao conselho, como a união entre o Pão de Açúcar, o Ponto Frio e as Casas Bahia e a resposta imediata a esse negócio - a fusão entre a Insinuante e a Ricardo Eletro.

Observamos empresas do Brasil cada vez mais avançando e conquistando espaço para se unirem e se tornarem mais fortes, mais globais. A questão é: e as pequenas empresas ficarão ainda menores e sem expressividade no mercado? A sorte está lançada caro leitor – você até pode ser pequeno, mas se una aos grandes. Dê pano para a manga e aposte nas parcerias e fusões.

Um movimento espantoso é o que se apresenta com situações quase que corriqueiras. Para se ter idéia: o "boom" de novas fusões chegou ao CADE no início do ano. Segundo João Paulo Garcia Leal, economista que fez um levantamento demonstrando que dobrou o número de negócios que chegaram ao Conselho, na comparação entre as oito primeiras sessões de 2009 com este ano. Espanto? Talvez, contudo, pasme caro leitor, o salto foi de 83 novas fusões, entre janeiro e abril do ano passado, quando os empresários ainda avaliavam os efeitos da crise global, para 172 novos negócios nas oito primeiras sessões deste ano.

O medo é como ficarão os mercados após a fusão da Sadia com a Perdigão por exemplo. Bom, mas isso, só o tempo irá dizer.

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