25 de Maio de 2010 - 17h:14

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Redes médias de varejo avançam sobre as pequenas

Por: DCI

As redes regionais possuem 3.471 lojas espalhadas pelo Brasil com presença em todas as regiões, e algumas têm forte poder local. Nas contas do mercado, somadas, elas detêm 48% do volume de vendas da indústria de eletroeletrônicos. Mas isoladamente essas redes médias têm pouca competitividade frente às gigantes. Para ganhar musculatura num mercado competitivo, redes pequenas e médias se organizam para ao menos manter a fatia de setor. Isso reforça a tendência mundial de consolidação de mercado, diz o prof. Cláudio Felisoni de Ângelo, coordenador do Programa de Administração de Varejo (Provar).

"O mercado de consumo tem crescido muito rapidamente no que diz respeito a bens duráveis e semiduráveis, devido ao maior poder de compra do consumidor. Como as margens estão cada vez mais estreitas, dada a competição no setor, as redes, para aumentar o giro, buscam maior participação de mercado. Um dos possíveis caminhos para que isso aconteça são as fusões, o que permite uma presença maior da rede no mercado, minimizando os custos" explica Felisoni.

A rede pernambucana Eletroshopping, que comprou 31 das 35 lojas da concorrente Hermol, em março deste ano, e tem agora 140 lojas espalhadas por seis estados do nordeste brasileiro, acredita que a compra dos pontos, além de fortalecer a empresa, dificulta os planos de entrada no mercado pernambucano de grandes redes nacionais, como Ricardo Eletro e Casas Bahia. A Hermol, rede também pernambucana, é a segunda aquisição da Eletroshopping, que em 2008 comprou 28 unidades da Grande Lar. Com faturamento, em 2009, de R$ 800 milhões, a rede espera este ano crescer 30%, para o que segue a meta de abrir mais 50 lojas nos próximos dois anos e de investir também em outros estados. Hoje a rede só perde para a Insinuante, que possui 250 lojas na região.

Já Ubirajara Pasquotto,
diretor da rede Cybelar, acredita que no mercado existe espaço para todos e crê na força das empresas regionais. Com 74 lojas no interior do Estado de São Paulo, a rede espera crescer mais 20% este ano. Para isso, conta com a abertura de 11 lojas, todas no interior paulista, e sem interesse em expansão para a capital ou em planos para atingir outros estados. Pasquotto diz não ter interesse em vender sua rede ou entrar em processo de fusão. "Recebemos muitas propostas de compra, e nossa interpretação disso é de que estamos fazendo um bom trabalho" diz Pasquotto, que se mostra interessado em comprar redes menores.

Com 124 lojas, das quais 116 ficam em Santa Catarina e 8, no Rio Grande do Sul, a rede Berlanda aposta na regionalidade da empresa para continuar a crescer. Neste ano a meta desta rede familiar é abrir mais 16 lojas e chegar a um faturamento de R$ 300 milhões, ante os R$ 240 milhões de 2009.

Nilson Berlanda, fundador e presidente da empresa, diz não ter interesse, no momento, em expandir a rede a outros estados. "Nosso foco agora é o sul de Santa Catarina. Se existisse a possibilidade de compra de uma rede em potencial com até 20 lojas na região, eu lhe faria uma proposta" conta Berlanda.

Para alavancar as vendas e competir no mercado de eletrodomésticos e móveis, Berlanda aposta no crescimento com abertura de lojas e descarta a possibilidade de venda da rede, mas diz já ter recebido muitas propostas.

Exemplo dessa tendência é a Máquina de Vendas, companhia resultante da união da rede Insinuante e da Ricardo Eletro. A megavarejista já nasceu com faturamento aproximado de R$ 5 bilhões, oriundos das 528 lojas presentes em 200 cidades brasileiras. Nos próximos quatro anos, a meta do grupo é dobrar de tamanho, passando de 528 para 1.000 lojas, e atingir faturamento de R$ 10 bilhões com suas bandeiras, nas mesmas localidades. A Insinuante atua no nordeste e no norte do Brasil, enquanto a Ricardo Eletro está concentrada no centro-oeste e no sudeste. "Ficamos mais agressivos com a fusão. A holding deve inaugurar 50 novas lojas este ano, marcando presença inclusive em regiões onde ainda não estamos presentes" afirma Ricardo Nunes, presidente da Ricardo Eletro.

Fusão

A fusão de Casas Bahia e Grupo Pão de Açúcar, que seguem em negociação para chegar a um acordo, vai criar uma empresa com faturamento de quase R$ 40 bilhões. O negócio é um dos maiores do ano no País e aponta mudanças no setor varejista.

A
integração valerá para Casas Bahia, Ponto Frio e Extra Eletro, e prioriza o segmento de eletrônicos e bens duráveis, nas lojas e no comércio eletrônico.

Em junho de 2009, o Grupo Pão de Açúcar anunciou a compra da Globex Utilidades, dona da rede Ponto Frio, que era, até então, a segunda maior do segmento de eletroeletrônicos do País, atrás apenas da Casas Bahia.

Para se manter em um mercado cada vez mais concentrado, redes médias de móveis e de eletroeletrônicos entram na onda de consolidação e procuram varejistas de menor porte para comprar.

A pernambucana Eletroshopping, que comprou 31 das 35 lojas da concorrente Hermol em março deste ano, tem agora 140 lojas espalhadas por seis estados do nordeste brasileiro e acredita que a compra dos pontos-de-venda, além de fortalecer a empresa, também dificulta os planos de entrada no mercado pernambucano de grandes redes, como a Ricardo Eletro e a Casas Bahia. Ubirajara Pasquotto, diretor da rede Cybelar, diz não ter interesse em vender sua rede ou em entrar em processo de fusão. "Recebemos muitas propostas de compra, e nossa interpretação disso é que estamos fazendo um bom trabalho" diz Pasquotto, que mostra, por outro lado, interesse em comprar redes menores. Com 74 lojas no interior do Estado de São Paulo, a Cybelar espera crescer 20% este ano. Para isso, conta com a abertura de 11 lojas, todas no interior paulista.

Com 124 lojas, das quais 116 estão em Santa Catarina e 8 no Rio Grande do Sul, a rede Berlanda pretende abrir 16 lojas e chegar a um faturamento de R$ 300 milhões. Nilson Berlanda, fundador e presidente da empresa, é outro que fala em aquisições. "Nosso foco agora é o sul de Santa Catarina. Se existisse a possibilidade de compra de uma rede em potencial, com até 20 lojas na região, eu lhe faria uma proposta" revela. As redes regionais possuem 3.471 lojas espalhadas pelo Brasil. Nas contas do mercado, somadas, elas detêm 48% das vendas da indústria de eletroeletrônicos.

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