29 de Março de 2007 - 14h:57

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Auge dos Biocombustíveis estimula o desmatamento

Por: Espaço Vital

 

Quase 40 mil hectares de florestas desaparecem por dia em razão da crescente avidez por madeira, celulose e papel. E, paradoxalmente, também por causa dos biocombustíveis e créditos de carbono criados para proteger o meio ambiente. É um absurdo, dizem ambientalistas, que a crescente ansiedade para reduzir os feitos da mudança climática usando biocombustíveis e plantando milhões de árvores para conseguir créditos de carbono tenha se transformado em um novo motivo de desmatamento.

Esta situação piora a mudança climática porque o desmatamento emite na atmosfera muito mais gases causadores do efeito estufa do que toda a frota mundial combinada de automóveis, caminhões, aviões, trens e barcos. “Os biocombustíveis estão se convertendo rapidamente na principal causa de desmatamento em países como Brasil, Indonésia e Malásia”, disse à IPS Simone Lovera, coordenadora administrativa da não-governamental Coalizão Mundial pelas Florestas, com sede em Assunção. “Nós os chamamos de diesel de desmatamento”, acrescentou.

O biodiesel oferece muitos benefícios ambientais. Contamina menos o ar do que outros combustíveis. Mas a enorme sede mundial de energia pode converter milhões de hectares em monoculturas dessa espécie.

É muito difícil conseguir dados precisos sobre as perdas de florestas que isso implica. O informe Situação das Florestas do Mundo 2007, divulgado há pouco mais de uma semana pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, alertou que a perda de floresta mundial liquida chega a 20 mil hectares por dia, o que equivale ao dobro de superfície de Paris. Porém, essa superfície inclui plantações, que mascara o alcance real do desmatamento tropical, que fica em torno de 40 mil hectares por dia, disse Matti Palo, especialista em economia florestal do Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino da Costa Rica. (Com informações de Envolverde)

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