23 de Julho de 2010 - 09h:54

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Cadastro anticorrupção indicará empresas éticas

Relação será de adesão voluntária e ficará disponível na internet

Por: Jornal do Comércio

A Controladoria-Geral da União (CGU), o Instituto Ethos e a Transparência Internacional vão lançar, nas próximas semanas, um cadastro positivo de empresas comprometidas com a ética e o combate à corrupção no mundo político e empresarial. É o Cadastro de Empresas Pró-Ética, que ficará disponível nos sites das três entidades.
A lista, que se contrapõe à de empresas ficha suja divulgada pela CGU - o Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) -, será voluntária e as companhias interessadas em integrá-la deverão procurar os órgãos para se cadastrar. De acordo com o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage Sobrinho, várias empresas têm feito consultas para integrar a lista, cujos dados já estarão disponíveis no site www.cgu.gov.br.

"São as empresas que se comprometem a adotar atitude ética em seus contatos com o poder constituído e a sociedade. Quem se cadastrar será acompanhado pela própria sociedade e o governo, para ver se cumpre os ditames da ética e, portanto, pode participar da lista", explicou Hage.

No cadastro de empresas inidôneas, há pelo menos 2,2 mil companhias, entre as quais a Construtora Gautama, de Zuleido Veras, que foi acusada de integrar um esquema nacional de corrupção no escândalo investigado na Operação Navalha da Polícia Federal. Nove estados, entre os quais São Paulo, Bahia, Acre, Pernambuco e Minas, encaminharam para a CGU a lista de empresas que tiveram problemas com a fiscalização. Elas ficam impedidas de manter qualquer vínculo comercial com a União, os estados e os municípios por prazos variados.

O vice-presidente do Ethos, Paulo Itacarambi, disse que a lista das empresas éticas será feita com base em uma relação do instituto no Pacto das Empresas contra a Corrupção, em que se cadastraram cerca de 600 companhias há 4 anos. "Fizemos um recadastramento recentemente e hoje há algo perto de 180 empresas que cumprem uma série de condutas. Haverá, cada vez mais, cobrança da sociedade por ética no mundo empresarial."

Hage e Itacarambi participaram, nesta quinta-feira, na Federação do Comércio em São Paulo, da Conferência Latino-Americana Brasil-OCDE de Combate à Corrupção. Para o ministro, a grande dificuldade para o combate efetivo à corrupção é que as leis brasileiras são muito lenientes com corruptos e corruptores. "Quando vemos que não há nenhum corrupto preso, isso pode ser explicado pela quantidade infinita de recursos que a legislação prevê. A saída para isso é mudar a lei", afirmou.

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