02 de Agosto de 2010 - 09h:45

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TIM busca parceiro para fazer frente à ofensiva de Oi e Vivo

Por: portal DCI

O mercado de brasileiro de telecomunicações poderá ver movimentação das empresas em duas frentes, por conta do fortalecimento da Vivo e da Oi, que promete investir R$ 3 bilhões até dezembro. Em posição desigual na disputa com as superteles, a TIM já se movimenta em busca de um parceiro para ocupar um possível vácuo, caso a espanhola Telefónica deixe o consórcio Telco, controlador da empresa italiana que tem 24,5% das ações votantes. Neste caso, uma parceria com a francesa Vivendi, dona da GVT, surge como a opção mais cotada no mercado.

Na outra ponta, o ímpeto da Telefónica pode não parar na Vivo, e segundo fontes do mercado: agora o grupo espanhol deve avançar sobre a Dedic, braço de telemarketing da Portugal Telecom (PT). A operação, neste caso, fortaleceria também a Atento,
empresa de call center do grupo espanhol no País.

A maior mudança, porém, deve ficar mesmo com a TIM, a qual vê seus controladores saírem à caça de um parceiro no Brasil. A ideia seria conseguir novos aportes para a subsidiária brasileira e ganhar fôlego para competir com as superteles no novo cenário da telefonia nacional.

Para o sócio da gestora financeira DLM Invista, analista Daniel Castro, "Faz sentido que a TIM firme parceria com a GVT" porque hoje as empresas oferecem serviços complementares "Daria à TIM a possibilidade de operar televisão a cabo e telefonia fixa em algumas localidades", explica ele. O especialista também acredita em uma nova negociação da Telefónica com a Portugal Telecom por uma operação brasileira. "Como eles têm a Atento, e a Oi detém a Contax, seria vantajoso comprar a Dedic e se fortalecer na liderança deste setor", afirmou.

Segundo outra fonte, que não quis se identificar, os controladores da operadora TIM já buscam soluções no mercado brasileiro, antes mesmo do desfecho da negociação entre Portugal Telecom e Telefónica. De acordo com a fonte, parte dos acionistas da Telecom Italia sente necessidade de pôr fim na participação do grupo espanhol na empresa porque acredita que haverá conflito de interesses agora que a Telefónica chegou ao controle da Vivo.

A estratégia da Telecom Italia para manter a TIM em condições de brigar com Vivo, Claro e Oi seria recuperar os ativos comprados pela Telefónica na holding 2007. Neste caso, eles acreditam que não deve haver dificuldades, porque a compra da parte da PT na Vivo ainda terá de passar pelo crivo dos órgãos reguladores no Brasil. Estes podem pedir a venda dos 46,18% da Telefónica no consórcio Telco.

De olho na movimentação do setor, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já exigiu o acesso às atas das reuniões da Telecom Italia, para saber se a Telefónica está interferindo na gestão da TIM no Brasil.

Com o novo panorama do setor, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estima que as teles invistam aproximadamente R$ 200 bilhões no País até 2018. Neste cálculo estão inclusos os recursos do leilão da banda H, última faixa de espectro de telefonia celular de terceira geração (3G) - leilão que pode ocorrer ainda este ano. A Oi pretende investir R$ 3 bilhões até o final de 2010 com a ampliação da banda larga fixa e da rede 3G da empresa, segundo o diretor de Relações com Investidores da Oi, Alex Zornig. "Será 3G em municípios que dão retorno. Se não der retorno, não vale a pena", disse ele.

Portugal Telecom comemora

O presidente executivo da Portugal Telecom (PT), Zeinal Bava, afirmou ontem que a empresa tem méritos por ter encontrado uma solução para a Vivo depois da oferta da Telefónica. Bava reconheceu que o poder de veto utilizado pelo governo português permitiu à PT receber um valor mais alto que o oferecido até então (7,15 bilhões de euros).

Ele lembrou que este tempo extra permitiu que a PT chegasse a um acordo com a Oi para adquirir uma participação de 22,4% e continuar no mercado brasileiro.

"Estamos no Brasil para permanecer 500 anos", assegurou o presidente executivo da PT, acrescentando que continua sem estar "preocupado com o curto prazo", pois "ao vender a Vivo por 7,5 bilhões de euros e investir 3,75 bilhões na Oi, ainda fica uma ampla flexibilidade financeira para continuar potencializando nosso projeto empresarial".

Bava também se referiu à relação que terá sua empresa a partir de agora com a Telefónica e assegurou que continuarão com "uma aliança estratégica em desenvolvimento de sinergias e redução de custos", embora "fora do Brasil".

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