22 de Março de 2011 - 12h:03

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Mesmo com o desaquecimento da economia, o empresário brasileiro mantem o otimismo, diz Serasa Experian

Pesquisa com 1.014 executivos aponta que a maior parte deles está revendo para cima suas estimativas de faturamento no 2º trimestre. As reformas estruturais não serão realizadas em 2011

Por: Serasa Experian

A Pesquisa Serasa Experian de Expectativa Empresarial mostra que, para o 2º trimestre de 2011, 60% dos entrevistados vão rever seu faturamento e 40% vão mantê-lo conforme planejado. No trimestre anterior, 66% contavam com a ampliação de seu faturamento e 34% com sua manutenção. Foram entrevistados 1.014 empresários ou principais executivos de empresas em todo o país, de 28 de fevereiro a 4 de março de 2010.

Quando perguntados sobre qual o sentido dessa revisão de faturamento no 2º trimestre do ano, 88% disseram que será para cima e 12% para baixo. Nos primeiros três meses do ano, 85% revisaram para expansão e 15% para o recuo.

Na análise por setor, a indústria apresenta 90% de seus empresários revendo seu faturamento para cima, no 2º trimestre. Na mesma direção está o setor de  serviços, com 88% de seus empresários, e o comércio, com 87%.

Na abordagem por porte, 89% dos executivos das médias empresas, 88% dos das pequenas e 83% dos das grandes vão rever seu faturamento para cima no 2º trimestre.

Por região, a Norte apresenta a maior parcela de empresários, 95%, revendo para cima seu faturamento. A seguir estão: Sudeste (89%), Nordeste (88%), Sul (87%) e Centro-Oeste (86%).  

Expectativa para o faturamento em 2011

Para 72% dos empresários brasileiros, o faturamento de suas empresas em 2011, na comparação com 2010, será maior. Para 18% será igual e para 10% cairá.

Por setor, 74% dos altos executivos da indústria também vão nessa direção, de que seu faturamento neste ano será superior ao do ano passado. No comércio e nos serviços, são 71% em cada um.

Por porte, as médias (79%) e as grandes (78%) empresas contam com maior número de empresários prevendo um faturamento maior neste ano. Nas pequenas empresas, são 70% de seus gestores contando com isso.

O Nordeste é a região com maior número de empresários (81%) estimando um faturamento melhor em 2011. O Norte e o Centro-Oeste aparecem empatados, com 74% cada. O Sudeste tem 71% de seus empresários compartilhando da mesma opinião e o Sul (69%).

Quadro de funcionários

Em todo o Brasil, 35% dos empresários vão ampliar a contratação de mão-de-obra, 58% vão manter a atual e 7% vão enxugá-la, de acordo com a pesquisa. No 1º trimestre eram 27% com a intenção de contratar mais, 65% mantendo e 8 com planos de reduzir seu pessoal.

No setor de serviços, para o 2º trimestre, 40% de seus empresários vão aumentar seu quadro de pessoas e 54% não farão alterações. Para 38% dos executivos das instituições financeiras a contratação crescerá. Na mesma tendência vão 35% dos empresários da indústria e 28% dos do comércio.

Nas grandes empresas, 38% de seus empresários pretendem expandir o quadro de funcionários. Nas pequenas são 35% e nas médias 33%.

No Norte, 53% dos empresários vão contratar mais pessoal no 2º trimestre. Na mesma perspectiva estão 37% dos empresários do Centro-Oeste, 35% do Sul, 34% do Nordeste e 32% do Sudeste.

Investimentos

Para o 2º trimestre, 32% dos entrevistados, em todo o país, vão aumentar os investimentos, 54% vão mantê-los, 5% vão cortar e 9% vão postergá-los.

As instituições financeiras contam com 48% de seus executivos com intenções ampliar investimentos no 2º trimestre. Nos serviços são 33%, no comércio 32% e na indústria 29%.

Por porte, as grandes empresas têm 40% de seus empresários com planos de aumentar investimentos. Essa parcela nas pequenas empresas é de 32% e nas médias de 29%.

Os empresários farão investimentos crescentes, no 2º trimestre, no Nordeste (43%), Norte (42%), Centro-Oeste (34%), Sudeste (30%) e Sul (29%).

Condições de crédito

Sobre as condições de crédito (prazos, juros e limites), 51% dos empresários em todo o Brasil acreditam que serão as mesmas no 2º trimestre em relação ao período anterior. Para 25% ficarão melhores e para 24% piorarão.

Todos os setores e portes de empresas acreditam que as condições de crédito não sofrerão alterações no próximo trimestre. Esta perspectiva se repete nas regiões, com exceção da Norte, onde 52% dos empresários acham que haverá uma melhora neste item.

Oferta de crédito para pessoa jurídica

Na visão das instituições financeiras, para 51% delas a oferta de crédito para as empresas crescerá em relação ao trimestre anterior. Para 39% será igual e para 10% será inferior.

Oferta de crédito pessoa física

De acordo com 48% das instituições financeiras, a oferta de crédito ao consumidor crescerá no 2º trimestre na comparação com o período anterior. Para 31% será igual e para 21% será menor.

Reformas estruturais

Quando perguntados se alguma reforma estrutural (tributária, previdenciária, política e trabalhista) será aprovada em 2011, 60% dos empresários brasileiros responderam que não e 40% responderam positivamente.

Todos os setores econômicos tiveram um perfil de resposta muito parecido com o resultado acima. A exceção fica com as instituições financeiras, onde 52% dos executivos acreditam na aprovação de alguma reforma ainda este ano e 48% acham isso inviável. A análise por porte segue a opinião média verificada por setor.

Por região, o Norte se diferencia por ter 71% de seus empresários apostando na aprovação de alguma reforma ainda em 2011.

Os que responderam que haverá alguma reforma aprovada em 2011, destacam: 57% acham que é a tributária, 32% trabalhista, 13% política, 11% previdenciária. Considerando-se porte, setor e regiões, obtém-se o mesmo perfil da média nacional, com mais ênfase na tributária e na trabalhista.

Comentários

A Pesquisa Serasa Experian de Expectativa Empresarial para o 2º trimestre de 2011 mostra que, mesmo com a política monetária mais restritiva, para controle da inflação via aumento dos juros e menor liquidez na economia, o empresário brasileiro estima que seu faturamento será maior não só em relação ao trimestre anterior, mas também na comparação com o ano passado.

A maior oferta esperada para o crédito às empresas e consumidores  representa uma importante contribuição para financiar consumo e investimentos nesse período (2011) de ajustes macroeconômicos.

No que diz respeito aos investimentos, a maior parte dos empresários vão manter o que planejaram para o 2º trimestre deste ano. Parte desses investimentos já é para resultados em 2012, quando o país deve registrar um crescimento econômico maior.

Sobre o quadro de funcionários, após o forte crescimento do emprego formal no ano passado, a maioria dos entrevistados vai mantê-lo no 2º trimestre de 2011.

Na avaliação regional, a Norte é destaque em vários aspectos, por conta dos bons resultados na mineração e na produção de eletroeletrônicos.

Aproveitando o início de governo, foi perguntado aos empresários sobre as perspectivas de reformas estruturais (a exemplo da tributária, previdenciária etc.) ainda neste ano. A maior parte dos entrevistados não acredita nesta possibilidade, que é determinante para o crescimento sustentado.

Metodologia da Pesquisa Serasa Experian de Expectativa Empresarial

O objetivo da Pesquisa Serasa Experian de Expectativa Empresarial é identificar as principais tendências dos negócios para o trimestre, a partir do levantamento das perspectivas dos empresários, indo além da confiança desses agentes. A pesquisa visa a fornecer subsídios, aproveitando a opinião de quem vive o cotidiano dos negócios. Os resultados da presente pesquisa decorrem de um levantamento estatístico com uma amostra de mais de mil empresas representativas dos setores da Indústria, Comércio, Serviços e Instituições Financeiras, dos portes pequeno, médio e grande e das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

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