O dono a empresa no Brasil continua sendo o controlador da companhia, já que possui mais de 50% do total. A operação é conhecida como fusão reversa, já que a empresa no Brasil será a controladora de toda a estrutura. Por outro lado, os investidores da empresa "casca" terão a valorização de suas ações com o inevitável crescimento da companhia.
"É necessário ter investidores muito arrojados, como é a cultura do norte-americano. Se hoje o investidor tem uma ação que vale US$ 1 ele pode chegar a uma valorização de até 50% da ação. É claro que esta valorização não é garantida, mas pelo que me apresentaram o negócio é seguro", explica Ricardo Vitale, executivo da consultoria e auditoria Baker Tilly.
O executivo diz ainda que já foi procurado pelas butiques, e que uma delas já está em contato com 12 empresas, com uma das quais o negócio já está quase fechado. "Para cada empresa 'casca', as butiques procuram uma empresa para investir no Brasil", acrescenta Vitale.
A estrutura serve para empresas pequenas que tenham interesse em ter capital aberto e serem listadas em Bolsa de Valores sem a necessidade de ter os custos da operação. "O processo de operação de abertura de capital deve girar entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões, e com essa operação não há custos", diz.
O papel da Baker Tilly no Brasil é o de adequar as pequenas empresas para as normas fiscais e contábeis norte-americanas, já que esta é uma exigência da Securities and Exchange Commission (SEC) - a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do mercado norte-americano. "Além de adequar as empresas, fomos procurados para indicar empreendimentos com potencial de crescimento, mas ainda não indicamos ninguém", afirma Vitale.
Para seus ramos de atividade, a Baker Tilly trabalha com empresas de faturamento anual que varia entre R$ 16 milhões e R$ 300 milhões, ou seja, pequenas empresas. "Temos cerca de 400 clientes entre auditoria e consultoria de governança corporativa", diz o executivo da empresa, que afirma ainda que o momento econômico brasileiro é bom e que "há uma valorização das empresas por conta do deste bom momento", acrescenta Vitale.
A unidade que representa a América do Norte tem hoje 50% na participação da receita global da Baker Tilly, seguida pela Europa, Ásia e América Latina. "Ainda estamos em expansão na América Latina. Vamos entrar na Bolívia e Peru. Este segundo país já está quase tudo fechado", revela ele.
Quando questionado sobre os setores da economia brasileira que a Baker Tilly mais procura para assessorar, Vitale diz que os principais são Alimentos, Varejo e Indústria de Tecnologia. "Temos uma pessoa que está cuidando especificamente das pequenas empresas que fazem parte do Parque Tecnológico de São José dos Campos. Existem muitas empresas por lá que estão no foco do crescimento", finaliza.