31 de Março de 2011 - 10h:47

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Mercado interno aquecido sustenta melhora da maioria

Por: Serasa Experian

O crescimento da atividade econômica espelhou o incremento da demanda interna, beneficiada pelo aumento do consumo das famílias, do emprego e da renda, em 2010, além da expansão dos investimentos e da concessão do crédito a prazos mais longos. É o que conclui o Estudo Serasa Experian de Avaliação Setorial, que apura trimestralmente o desempenho dos setores primário, comércio, indústria e serviços e os classifica por meio de conceitos. No fechamento do 4º trimestre de 2010 em comparação ao 4º trimestre de 2009, 75 segmentos tiveram melhora, 23 registram estabilidade.

Análise por Setor:

O setor primário, formado por 13 segmentos, apresentou melhora em 9 e estabilidade em 4.

Os segmentos que tiveram melhora foram o de suínos, aves, algodão, café, laranja, milho, soja, cacau e agropecuária, em razão do crescimento dos preços internacionais das commodities, resultado da aquecida demanda interna e externa por alimentos.

O setor de comércio é representado por 6 segmentos: 4 obtiveram melhora e 2 estabilidade.

·         o comércio varejista e atacadista, foi estimulado pelo incremento da renda e do emprego da população; e pelos programas de transferência de renda mínima, concedidos  pelo Governo Federal, o que estimulou o comércio em diversas regiões e classes sociais.

·         os distribuidores de combustíveis, foram beneficiados pelo aumento do nível de atividade industrial e da produção agrícola, que aumentaram as vendas de combustíveis;

·         as concessionárias de ônibus e caminhões, foram favorecidas pelo aumento das vendas de caminhões e pelas linhas especiais de crédito – como Finame e Programa Procaminhoneiro. A expansão do turismo possibilitou a renovação da frota de ônibus rodoviários. Programas governamentais, aliados ao período eleitoral aumentaram a venda dos ônibus urbanos.

A indústria é formada por 54 segmentos: 44 registraram melhora de conceito e 10 estabilidade.

Dentre os segmentos com melhora de conceito, destacam-se:

a cadeia automotiva – autopeças, pneus, veículos leves, motocicletas, tratores e máquinas agrícolas e ônibus foi favorecida pelo crescimento da renda média da população e pela redução das taxas de juros, que facilitaram os financiamentos e impulsionaram as vendas internas. As exportações cresceram acima das expectativas iniciais;

a indústria de bens de capital foi estimulada pelo crescimento da atividade industrial, pelas condições favoráveis de financiamento para aquisições de máquinas e equipamentos, e pelos incentivos tributários concedidos pelo Governo Federal;

a indústria de petróleo e derivados foi beneficiada pelo aumento do preço do petróleo, pelo crescimento da produção e do volume de vendas aos mercados interno e externo, e pela diminuição das importações de óleo bruto;

a indústria de têxteis e vestuário, foi favorecida não apenas pelo aumento da renda, como pelos programas de transferência de renda mínima do Governo Federal; o que estimulou o comércio e a venda de vestuário;

o segmento de higiene e limpeza foi impulsionado pelo avanço do consumo de bens não-duráveis pelas classes C, D e E, cujo poder aquisitivo aumentou.
O setor de serviços é formado por 25 segmentos: 18 registraram melhora e 7 estabilidade. 

Dentre os segmentos com melhora de conceito, destacam-se:

o de cartões de crédito foi incentivado pela maior bancarização das classes D e E, e pelo incremento da utilização desse meio de pagamento em viagens ao exterior, impulsionadas pela valorização do real frente ao dólar;
o turismo foi favorecido pela expansão da renda, alargamento dos prazos de pagamento das viagens, pela redução dos preços das passagens aéreas; e pela captação de novos clientes nas classes C e D;
o transporte rodoviário de cargas foi beneficiado pelo aumento da produção industrial, de grãos, e das vendas do comércio;
o transporte ferroviário de cargas foi incentivado pelo incremento das exportações e pela diversificação do transporte de cargas no mercado interno;
o segmento de portos foi impulsionado pelo crescimento da corrente de comércio interna e externa brasileira e pela intensificação dos investimentos em melhoria na infraestrutura dos portos.

Metodologia do indicador

Construído a partir da avaliação dos setores primário, comércio, indústria e serviços formados por 98 segmentos: primário, 13 segmentos; comércio, 6 segmentos; indústria, 54 segmentos; e serviços, 25 segmentos.  A avaliação setorial é realizada trimestralmente por meio de análises quantitativas, qualitativas, informações conjunturais, perspectivas setoriais e macroeconômicas de curto prazo. O conjunto de todas essas análises resulta na determinação da avaliação setorial, que é classificada em três conceitos: melhora, estabilidade e piora. O início do indicador foi no ano de 2007.

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