03 de Maio de 2011 - 15h:59

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Produção industrial surpreende para cima, mas DIs têm alta modesta

Por: Beatriz Cutait - Valor

Depois de um início errático de sessão, o mercado de juros futuros mostra tendência de maior aumento dos prêmios de risco, porém com variações pouco expressivas. Além de um ajuste natural, depois da queda vista desde a última semana, o resultado da produção industrial de abril foi um pouco mais forte que o esperado.

Há pouco, na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF), o Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2011 subia 0,01 ponto percentual, para 11,99%, assim como o contrato com vencimento em outubro avançava 0,01 ponto, a 12,21%.

Entre os DIs de prazos mais dilatados, o do início de 2012 registrava acréscimo de 0,01 ponto, a 12,33%, o contrato de abertura de 2013 apresentava alta de 0,01 ponto, a 12,67%, o de janeiro de 2014 ganhava 0,01 ponto, a 12,64%, e o do início de 2015 subia 0,03 ponto, a 12,64%.

Além disso, o contrato de abertura de 2016 cedia 0,01 ponto, a 12,55%, enquanto o DI de janeiro de 2017 ganhava 0,01 ponto, a 12,49%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a produção industrial subiu 0,5% entre fevereiro e março, na série com ajuste sazonal. Na comparação anual, houve queda de 2,1%, o primeiro resultado negativo desde outubro de 2009.

Inês Filipa, economista-chefe da Icap Brasil, assinala que o desempenho da indústria mostrou uma sinalização de que o setor mantém o ritmo de investimentos e antecipou um pouco sua produção, na expectativa de que o segundo trimestre ainda será de demanda aquecida.

"A renda e o emprego ainda sustentam a demanda, por mais que estejamos com um nível de inflação alto. Há ainda os reajustes salariais que entram na economia em maio. Desta forma, a indústria aproveitou o mês para fazer um pouco de estoque. Além disso, a média móvel trimestral está bastante elevada, então, por mais que haja algum ajuste no segundo trimestre, o período ainda será bastante favorável", diz.

Para Inês, o setor industrial só começará a dar sinais de que está captando a política fiscal contracionista no segundo semestre. A Icap Brasil projeta mais dois aumentos de 0,25 ponto da taxa Selic em junho e julho, elevando-a para 12,50% ao ano.

"Fica a dúvida para agosto. No período, o Banco Central terá um cenário mais concreto para o fim do ano e o início de 2012 para avaliar se há riscos para a convergência da inflação para a meta em 2012. Nosso cenário é de Selic a 12,50% com viés de alta", afirma a economista.

Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ainda que o setor público vai cumprir a meta fiscal deste ano "com relativa facilidade". A meta de superávit primário é nominal em R$ 117,9 bilhões, ou cerca de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em sessão na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o ministro reiterou que os dados acumulados no primeiro trimestre do ano apontam uma economia para o pagamento de juros do setor público não financeiro equivalente a 3,23% do PIB.

Ainda nesta manhã, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostrou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo aumentou 0,70% em abril, o dobro da taxa registrada um mês antes (0,35%).

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