17 de Maio de 2011 - 12h:40

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Fusão de Volkswagen, MAN e Scania tomaria metade do mercado interno

Por: DCI

A fusão de três gigantes do mercado europeu de caminhões, Volkswagen, MAN e Scania, terá um reflexo significativo no Brasil, onde as empresas possuem subsidiárias atuantes. Uma vez consolidada a união, as montadoras serão detentoras de aproximadamente 50% do mercado interno e provocarão um distanciamento ainda maior da segunda colocada no País, a Mercedes-Benz, que possui 30%. -

Depois de fazer uma proposta de US$ 20 bilhões pela compra da MAN na primeira metade do mês, a Volkswagen chacoalhou o mercado de caminhões mundiais ao anunciar que o intuito era fundir as duas empresas à Scania e criar a maior fabricante de veículos pesados da Europa.

"Ao que tudo indica, a curto prazo as administrações das três empresas permanecerão independentes", opinou professor de Negócios Internacionais do Ibmeq, Paulo Pacheco. "Já a longo prazo, durante a modificação de processos, é provável que haja cortes de pessoal em busca da sinergia."

Por outro lado, Pacheco avalia que a concentração de mercado não seria total. "A principal concorrente, a Mercedes, licencia 3.300 unidades por mês, ou seja, é um processo de fortificação que pode culminar na criação de um oligopólio com as duas empresas", disse ele. Para o analista, uma reação das empresas rivais será uma questão de tempo.

No Brasil, a MAN já concentra um terço da produção de caminhões. A companhia foi criada em 2009 após a aquisição da Volkswagen Caminhões e Ônibus pela MAN SE, empresa matriz do grupo. Na América do Sul, é a maior fabricante de caminhões com capacidade de produção de 80 mil automóveis por ano com mais de 40 modelos.

A Scania, de origem sueca, está no Brasil desde 1957 e concentra um décimo do mercado. "Ao todo, somando as vendas da Scania e da MAN, elas licenciariam entre 5.600 e seis mil caminhões por mês", disse o analista.

A Iveco, a Volvo e Ford - detentoras de 7%, 8% e 15% do mercado brasileiro, respectivamente - devem investir em ampliações da capacidade de produção e em campanhas publicitárias para desbancar a empresa resultante da fusão.

De acordo com Pacheco, o momento de fusão é delicado e demanda muita atenção voltada para os negócios internos, o que resulta em menos foco em movimentações de mercado. Este é o momento em que as concorrentes aproveitam para avançar e ganhar mais espaço no segmento automobilístico.

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