17 de Junho de 2011 - 14h:57

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Grupo SS prevê prejuízo de R$ 100 milhões

Por: Valor Online

A dívida que sobrou para o grupo Silvio Santos como rescaldo da venda de 121 lojas do Baú para o Magazine Luiza, anunciada na segunda-feira, deve reverberar negativamente nos resultados do ano. Segundo apurou o Valor, apesar da entrada de R$ 83 milhões no caixa, prevista para fim de julho, o grupo deve registrar prejuízos da ordem de R$ 100 milhões no encerramento de 2011.

O valor a ser pago deve resolver cerca de um terço da dívida do Baú, estimada em R$ 240 milhões. O valor é a soma dos débitos da empresa com bancos, fornecedores e trabalhadores. Procurado, o grupo SS preferiu não se pronunciar.

Mais de 70% dessa dívida veio carregada na operação da Dudony, rede de 110 lojas adquirida pelo grupo Silvio Santos em 2009, quando a empresa estava em recuperação judicial.

A situação pode ser ainda pior se a Justiça do Paraná tomar uma decisão definitiva que seja desfavorável ao grupo Silvio Santos. O Tribunal de Justiça do Paraná deve decidir a quem pertence um passivo tributário de R$ 250 milhões da Dudony - se ao grupo Silvio Santos ou às empresas Dismar e Markoeletro, que operavam a marca Dudony no varejo.

Em março do ano passado, o Tribunal de Justiça paranaense havia decidido que o Baú Crediário, comprador da Dudony, deveria arcar com a dívida fiscal deixada pela empresa falida. Cerca de três meses depois, porém, revisou a decisão e devolveu o débito para a Dudony.

Cleverson Colombo, advogado do antigo dono da Dudony, Antônio Donisete Busíquia, não acredita que débitos tributários incidirão sobre outras empresas. Ele explicou que a decisão judicial, do ano passado, é favorável ao Baú em relação às pendências com o governo do Paraná. Mas, diz ele, há também um recurso contra a decisão, ou seja, a questão não é definitiva. "Mas não ocorre sucessão de débito fiscal e trabalhista em empresas que são vendidas no procedimento de recuperação judicial", diz Colombo.

O advogado questiona os valores cobrados pelo governo. Segundo ele, os débitos com impostos somam R$ 155 milhões, sendo R$ 109 milhões com parcelamento feito em 2007. Ainda há outros ativos, como precatórios.

O grupo está reestruturando sua operação desde a venda do banco Panamericano, para focar três áreas de negócios: comunicação, consumo e capitalização. O que estiver fora, será vendido.

Em maio, foi vendida a Braspag, empresa de serviços financeiros, à Cielo. O hotel Jequitimar pode ser o próximo ativo a ser vendido.

A Jequiti está no foco de atuação. Segundo o Valor apurou, a empresa negocia com algumas cidades a instalação de uma fábrica, orçada em R$ 80 milhões, para atender 60% das suas necessidades. Hoje toda a produção é terceirizada. O grupo espera que o projeto, a ser deslanchado em 2012, seja financiado por um banco.

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