29 de Junho de 2011 - 14h:58

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Emegê pede recuperação judicial

Por: O Popular

O grupo goiano Emegê, um dos maiores fabricantes de massas do Centro-Oeste, entrou com pedido de recuperação judicial no fim da semana passada por descontrole nas contas. As despesas totais do grupo, nos cinco primeiros meses de 2011, somaram R$ 60 milhões, enquanto o faturamento não passou de R$ 36 milhões no mesmo período.

O pedido foi apresentado pelo advogado Murilo Lobo na última quinta-feira e tramita na 11ª Vara Cível de Goiânia. A expectativa é que o juiz titular Cláudio Henrique Araújo de Castro despache na próxima semana e defina o prazo para a empresa apresentar um plano de recuperação judicial, bem como a nomeação do administrador.

Mesmo em recuperação, a fábrica Emegê continua em funcionamento. Antes de dar entrada no pedido, 120 dos 440 trabalhadores foram demitidos. Murilo explica que a medida compõe uma prévia da reestruturação da empresa, o que inclui redução dos gastos como uma das formas de equilibrar as contas da fábrica. Grande parte das dívidas é com fornecedores.

O recurso de recuperação é movido pela Emegê três anos após o rompimento do contrato de parceria com a Cargill. Em 2005, a Cargill arrendou o moinho da marca para produzir farinha de trigo. Pelo contrato, a Emegê, que fabrica massas há 50 anos em Goiânia, só poderia comprar o trigo da Cargill.

Conforme o advogado, com o aumento dos preços da farinha de trigo, a Emegê começou a ter dificuldades de pagamento. No ano seguinte, a Cargill arrendou o pastifício. A Emege se tornou distribuidora. "O contrato não prosperou e, em 2008, foi rompido. O moinho foi devolvido sucateado e inoperante", diz Murilo.

Diante da situação, a Emegê entrou na Justiça contra a Cargill pedindo R$ 100 milhões pelos danos e prejuízos à marca. A ação ainda não foi julgada pela Justiça. "Em 2008, a Emege tentou colocar o moinho em funcionamento, mas não conseguiu", diz.

"Foi um ano perdido de produção. Isso dificultou bastante o retorno. Depois veio um incêndio, que parou a fábrica. Desde então, a empresa vem operando em condições difíceis", ressalta Murilo Lobo.

Conforme o advogado, a falência não será pedida. A empresa, diz, vale mais do que deve. "O problema é de liquidez de dívida e crise financeira por conta das condições em que pegou o moinho."

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