18 de Junho de 2009 - 11h:16

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Assembléia aprova plano de recuperação judicial

Por: A Gazeta- Fabiana Reis

Credores da Viana Trading Importação e Exportação de Cereais Ltda, localizada em Primavera do Leste, aprovaram nesta quinta-feira (4), o plano de recuperação judicial proposto pela empresa em março. Na reunião, que durou mais de 14 horas para fechar a negociação, a Viana ficou comprometida a pagar um passivo de R$ 306 milhões para um total de 1,1 mil credores, entre eles produtores, fornecedores, bancos, funcionários e multinacionais.

Somente na cidade, a Viana representa 65% do mercado local e os produtores têm cerca de R$ 50 milhões a receber da trading. O processo de recuperação judicial da empresa foi acompanhado de perto pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), que conseguiu na Justiça, a autorização para acompanhar todo o procedimento, de forma imparcial, auxiliando com informações técnicas.

O resultado da negociação foi anunciado pelo administrador judicial Marcelo Gonçalves. Ele informou que o processo foi aprovado em três classes: produtores, empregados e outros. O plano prevê ainda a negociação de todas as dívidas da empresa. Um dos advogados da ERS Consultoria, responsável pelo plano de recuperação da Viana, Eduardo Henrique Vieira, informa que o prazo para pagamento do montante devido aos credores varia. "Há credores que vão receber à vista, outros em 12 meses e até mesmo em 12 anos", diz ao salientar que a promessa feita pela empresa em priorizar funcionários e produtores rurais também será cumprida, sendo que os empregados receberão no primeiro ano e os produtores logo em seguida.

O diretor executivo da Aprosoja, Marcelo Duarte, considera que os produtores entenderam que a aprovação do plano era mesmo a melhor decisão. O recebimento pela negociação feita junto à trading pode até demorar um pouco, mas os produtores têm a garantia do pagamento por parte da Viana. "Agora nos resta torcer para que o pagamento seja executado no prazo estabelecido no plano". Ele lembra ainda que a associação acompanhou o processo e participou de assembleias promovidas pela trading com os produtores locais.

Duarte considera ainda que a maioria dos agricultores foram contemplados com o plano, mas que a perda é inevitável para alguns, porém na condução do processo, que foi de forma democrática, procurou-se ter o menor atrito possível para não prejudicar nenhum produtor.

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