Petroluz
Passivo de R$ 41 milhões é reduzido em mais de 70%
Empresa se beneficiou da nova lei
de falências e teve débitos amortizados
Por Diário de Cuiabá
O grupo Petroluz, Distribuição, Transporte e Venda de Combustível no Varejo, conseguiu ontem no final da manhã a aprovação do Plano de Recuperação Judicial de Empresa em assembléia geral de credores. O grupo é um dos maiores distribuidores de combustíveis de Mato Grosso e tinha uma dívida de R$ 41 milhões com credores trabalhistas, credores quirografários (sem garantia real) e credores com garantia real. Com a aprovação do Plano, o passivo (dívida) foi reduzido em 73%, passando a R$ 11 milhões e com prazo de até 15 anos para a amortização.
Essa foi a primeira assembléia geral de credores para a aprovação de um Plano de Recuperação Judicial de Empresas no Estado desde 2005, quando a lei 11.101 -- chamada de Lei de Falências, que regula a recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário, entrou em vigor. O grupo teve o pedido de recuperação judicial deferido pelo juiz da Vara de Falência e Concordata de Várzea Grande, Theomar de Oliveira, em 18 de agosto do ano passado. Essa foi a terceira decisão desse tipo no Estado. Em todo o país empresas estão optando por Planos de Recuperação Judicial para evitar demissões e o encerramento das atividades, a exemplo da Parmalat e Varig.
Desde a decisão, os proprietários tiveram 30 dias para apresentar uma lista de credores à Justiça e mais 30 dias para montar e apresentar um Plano de Recuperação. Uma assembléia de credores foi marcada para o dia 5 de janeiro de 2007 para apresentação do Plano. No dia, os credores trabalhistas aprovaram por unanimidade o Plano de Recuperação e os quirografários aprovaram por maioria. Cinco credores com garantia real impugnaram o Plano e a assembléia foi suspensa. Ontem, na sede da Petroluz, em Várzea Grande, a decisão dos credores também não foi unânime, mas a vitória por maioria salvou o emprego dos mais de 320 funcionários. O grupo tem 573 credores no total.
Com o Banco Bradesco, obteve uma carência de dois anos e um abatimento de R$ 1,2 milhão, de um débito de R$ 4,6 milhões. A maior concessão foi da Petrobras, que reparcelou em prestações fixas pelo prazo de 180 meses o débito com o Grupo.
Antes de aprovada a recupeação, a Petroluz chegou a pagar mais R$ 10 milhões só a título de juros para o mercado financeiro em 2005. Parte da negociação foi pautada pela compensação desses valores pagos em grande parte às instituições bancárias e factorings.
Dos credores reais, bancos como o Itaú e Banco do Brasil optaram por manter os contratos vigentes e não aceitar o Plano. Outros bancos, como o Volkswagem, Bradesco e Damier Chrysler fizeram contrapropostas à empresa.
No final, os credores com garantia negociaram os detalhes do Plano com a empresa e ficou acertado que as dívidas trabalhistas começarão a serem pagas ainda em 2007 e as outras, a partir do segundo ano, após a homologação do plano (2009). Na negociação, o Grupo teve que entregar postos de combustíveis como parte do pagamento da dívida.
RECUPERAÇÃO - A Petroluz seguiu o exemplo da Construtora Sabóia Campos, que também utilizou a Lei de Recuperação Judicial para continuar as atividades.
O grupo Petroluz é formado por 13 empresas e iniciou as atividades há 12 anos. Atua na venda, transporte e distribuição de combustíveis e é a segunda maior empregadora de Várzea Grande. Conta uma frota de 230 veículos, cinco distribuidoras e postos de venda em Cuiabá, Cáceres, Tangará da Serra e Nossa Senhora do Livramento. E tem capacidade de armazenamento de 2,175 milhões de litros de combustível.
Em 2005, chegou a atingir o faturamento bruto de R$ 350 milhões, mas mesmo assim entrou em desequilíbrio financeiro por causa das taxas de juros adotadas pelo mercado e pela concorrência de distribuidores ilegais de combustíveis.
Um dos advogados do Grupo, Eduardo Henrique Vieira Barros, explica que a decisão é uma prova de que a maioria dos credores entendeu a função social da lei, que é responsável pelo emprego de mais de 300 pessoas. “A decisão dos credores veio ao encontro do artigo 47 da lei, que fala justamente sobre a função social, como a manutenção do emprego dos trabalhadores”, avalia Eduardo.
Representante de um dos credores quirografários da Petroluz, a transportadora e distribuidora de diesel Codopel, Zilbo Fortes, concorda com o papel social da lei. A dívida do Grupo com a Codopel é de R$ 165 mil. Segundo ele, a aceitação do Plano era o caminho mais justo e viável para a empresa. “Sabemos que é possível receber nossa dívida se houver a aprovação do Plano”, defende.
Apesar de recusa de bancos, voto de consenso de credores trabalhistas e fornecedores aprovou plano de recuperação da distribuidora
Os credores da distribuidora de combustíveis Petroluz aprovaram ontem o plano de recuperação judicial da empresa, decisão que enxuga a dívida de R$ 41 milhões para R$ 11 milhões. O passivo será amortizado em 15 anos, com carência no pagamento em 2 anos aos bancos e fornecedores. As dívidas trabalhistas serão pagas a partir deste ano. Outro bolo de débitos, de R$ 20 milhões, ficou de fora do plano.
Para abater R$ 30 milhões do montante original do passivo total, a empresa desfez do terreno ao lado da distribuidora e de 5 postos de gasolina. Em contrapartida, fornecedores (credores quirografários) e bancos deram descontos e abateram juros para receber o que lhes é devido. A decisão foi tomada na segunda assembléia de credores, realizada ontem, e o documento formalizando a deliberação será encaminhado hoje para a Vara Especializada em Falência e Recuperação Judicial de Várzea Grande.
Durante a carência de 2 anos, período de "alívio" no caixa, a empresa será reestruturada para honrar os compromissos firmados no plano. A Petroluz pagaria apenas com as dívidas trabalhistas o valor original de R$ 1,227 milhão. Outros R$ 21,111 milhões se referem ao montante devido a fornecedores. Os créditos de garantia real (bancos e Petrobras) somam R$ 18,690 milhões.
Advogados representando o Itaú, Bradesco, Banco Volks, Daimler Chrysler, Banco do Brasil e Safra alegaram durante a exaltada assembléia geral que não concordam com a inclusão dos créditos devidos ao grupo no plano de recuperação judicial e de que a adição foi à revelia. Contudo, a administradora judicial do processo, Elinei Coleta, sustenta que a inclusão teve embasamento legal. Só após as ressalvas, os agentes financeiros formalizaram a proposta.
Na primeira assembléia de credores, realizada na sexta-feira passada (05) apenas os bancos rechaçaram o plano de recuperação, pedindo 5 dias para apresentar novas propostas. Os demais credores aceitaram o pedido e a aprovação chegou a 100% entre trabalhadores e fornecedores. Entre os credores, apenas 6 bancos e a Petrobras são os únicos com garantias reais para o pagamento da dívida acumulada pela Petroluz, cuja soma do grupo gira em torno de R$ 20 milhões, assegurados com a hipoteca de bens da empresa.
Mesmo com a entrega de 5 postos de combustível, a distribuidora continuará a arcar com a responsabilidade sobre passivos ambientais e débitos trabalhistas, fiscais e previdenciários. A empresa é considerada a maior transportadora e distribuidora de combustível do Estado. A frota para transporte de carga líquida perigosa é composta por mais de 230 veículos e equipamentos, com a capacidade de movimentar mais de 20 milhões de litros por mês. A empresa gera 300 empregos diretos e 1 mil empregos indiretos.
Plano de recuperação salva a Petroluz
Por Folha do Estado
A dívida de R$ 41 milhões que um dos maiores grupos do setor de combustível do Estado, Petroluz, tem com funcionários e credores de Mato Grosso, será paga em 15 anos.
O plano de Recuperação Judicial foi aprovado ontem em assembléia na sede da empresa. Dos R$ 41 milhões, R$ 11 milhões serão pagos em dinheiro e o restante com a doação de bens da empresa.
A assembléia aprovou o pagamento para as seguintes classes: trabalhista (dívida de R$ 1.227.647,93), quirografária, ou seja, sem garantia real (R$ 20.824.064,54) e credores com garantia real, como os bancos (R$ 18.690.277,00).
Apesar dos ânimos “exaltados” durante a assembléia, a aprovação pela adesão do plano foi unânime.
Segundo o advogado da empresa, Euclides Ribeiro Junior, dos 570 credores, entre bancos, funcionários e fornecedores, apenas a Petrobrás e o Banco Bradesco seguirão um plano alternativo aprovado pela Petroluz. A dívida da empresa com a Petrobrás é de aproximadamente R$ 6 milhões. No acordo, a petrolífera dará um desconto de R$ 1,5 milhão da dívida e aceitou a doação de mais dois postos de combustível como pagamento. Além disso, a dívida será quitada em 180 meses, com parcelas fixas.
No caso do Bradesco, segundo o advogado, o acordo ficou em dois anos de carência para o pagamento da dívida de aproximadamente R$ 4 milhões. O banco aceitou reduzir R$ 1,4 milhão do valor e dará o prazo de 60 meses para o pagamento.
Os outros bancos, como o do Brasil, Safra, Volkswagen, Daimler Chrysler, receberão os pagamentos de acordo com o que foi proposto, há dois meses, pela empresa no Plano de Recuperação Judicial.
A dívida da Petroluz com o Banco Safra é de aproximadamente R$ 1,1 milhão. “O pagamento será feito por meio da compensação dos valores pagos indevidamente nos últimos 5 anos”, informou o advogado.
Para o Banco Volkswagen, a dívida de R$ 1,5 milhão será paga com a entrega de um imóvel comercial localizado
O plano contempla vários tipos de pagamento, como por exemplo: doação de bens e abatimento de valores e parcelamentos. O representante da Petrobras, Valdeir de Queiroz Lima, acredita que o pagamento será cumprido. “A empresa, voltando a ficar na ativa, pode voltar a ser parceira e o retorno pode vir a longo prazo”, frisou.
Os pagamentos trabalhistas terão início em 30 dias, a contar da data de ontem. Também a partir do mês que vem, os pagamentos serão efetuados para a Petrobras e o Bradesco.
O Grupo Petroluz é formado por empresas de distribuição, transporte e venda de combustíveis a varejo em posto de gasolina.
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Acordo mantém 300 empregos
Com a aprovação do Plano de Recuperação Judicial, a empresa Petroluz consegue escapar da falência e de tirar do emprego 300 famílias. Este é o segundo caso beneficiado pela nova Lei de Falência
O grupo recorreu à recuperação Judicial depois de verificar que não tinha capacidade para cumprir os compromissos financeiros com os credores e fornecedores. Segundo o advogado da empresa, Euclides Ribeiro Junior, os motivos que levaram a “quase” falência da empresa foram, principalmente, devido às condições do mercado. Na avaliação dele, os bancos estão ganhando muito em cima do setor produtivo.
Por Ícone Comunicação Integrada
O juiz de Entrância especial da Comarca de Várzea Grande, Agamenon Alcântara Moreno Júnior, homologou o plano de recuperação judicial da Petroluz, distribuidora e transportadora de combustíveis de MT. A decisão deve ser publicada em diário oficial da justiça nos próximos dias.
O grupo Petroluz, distribuição, transporte e venda de combustível no varejo, segunda maior empregadora de Várzea Grande com 327 empregos diretos foi a primeira empresa do Mato Grosso a ter um Plano de Recuperação Judicial aprovado em Assembléia de Credores. O plano aprovado em janeiro possibilitou por meio de negociação que o Grupo pague em 15 anos R$11 milhões de um total de R$ 41 milhões de dívidas que ela havia com credores trabalhistas, quirografários (empresas sem garantia real), e com garantia real.
Com a decisão o Grupo Petroluz começa a pagar os credores trabalhistas já no primeiro mês a partir da aprovação. Com o Banco Bradesco, obteve uma carência de dois anos e um abatimento de R$ 1.200.000,00 de um débito de R$ 4.600.000,00.A maior concessão foi da Petrobras, que reparcelou em prestações fixas pelo prazo de 180 meses o débito. O plano reúne 570 negociações nas três categorias.
Antes de aprovada a recuperação a Petroluz chegou a pagar mais R$ 10 milhões só a título de juros para o mercado financeiro em 2005. Parte da negociação foi pautada pela compensação desses valores pagos, a maior com instituições bancárias e factorings.
AGRONEGÓCIO – Para tentar divulgar a Lei de Recuperação Judicial entre os produtores rurais e os deputados federais o advogado tributarista Euclides Ribeiro Júnior se reúne amanhã (27.02) em Brasília, com o deputado federal (ex-presidente da Famato) Homero Pereira, para falar sobre Lei de Recuperação Judicial (Lei 11.101/2005).
“Acredito que os produtores rurais têm que procurar o poder judiciário pra fazer valer o seu direito de ser beneficiado por esta lei que já evitou que centenas de pessoas ficassem desempregadas no Mato Grosso e no Brasil”, defendeu o advogado.