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Juro do consignado cai para 2,5% e regra de concessão fica mais rígida

O novo teto dos juros no crédito consignado do INSS foi aprovado ontem pelos integrantes do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) e tem como base duas reduções da Selic, feitas em 2007.

Valor On Line

As instituições financeiras que trabalham com crédito consignado na folha de pagamentos do INSS não poderão cobrar juros mensais maiores que 2,5% nos empréstimos e 3,5% nas operações com cartão de crédito. Além desses limites que já estão em vigor hoje, serão proibidas a emissão de cartão sem autorização por escrito do segurado e a concessão de carência para o pagamento das parcelas. "Queremos blindar e dar mais segurança a um sistema que já apresenta baixa ocorrência de fraudes. Vamos aumentar a transparência, o controle e a eficiência", afirma o ministro da Previdência, Luiz Marinho.

O novo teto dos juros no crédito consignado do INSS foi aprovado ontem pelos integrantes do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) e tem como base duas reduções da Selic, feitas em 2007, que ainda não tinham sido repassadas. Dessa maneira, as taxas máximas mensais caíram de 2,64% para 2,5% nos empréstimos e de 3,7% para 3,5% nas operações com cartão de crédito.
Normas mais rigorosas de segurança para o beneficiário produziram várias mudanças que serão consolidadas em um novo texto da Instrução Normativa 121 que deve ser publicado em aproximadamente uma semana. O governo quer evitar que os bancos façam reserva da margem no crédito consignado para operações futuras e também pretende proibir que sejam escondidos juros nas carências concedidas para o pagamento dos empréstimos.
Atualmente, o segurado pode comprometer 10% de sua renda com pagamento de operações com cartão de crédito. Outros 20% podem ficar vinculados a empréstimos. A estratégia de emitir cartões sem o correspondente pedido do beneficiário visa reservar essa margem de 10% e impedir a concorrência. O ministério verificou que, em janeiro, houve salto de 83% nas emissões de cartões. Em dezembro, elas ficaram no patamar das 900 mil e pularam para quase 1,7 milhão em janeiro. Cruzeiro do Sul e BMG foram os que mais emitiram naquele mês.

Fevereiro também teve expressivo aumento das transações com cartão de crédito de segurados do INSS. De outubro a janeiro, a média era próxima das 200 mil, mas o mês passado ultrapassou as 242 mil. A partir de março, o demonstrativo de pagamento vem com o seguinte alerta: "Cuidado ao usar o cartão de crédito em empréstimo consignado. Lembre-se que o crédito só é fácil quando você pode pagá-lo. Se tiver dúvidas, ligue para 135".
A Previdência também aprovou outras mudanças no crédito consignado. Será obrigatório o uso de uma única conta bancária para o empréstimo se essa é a forma por meio da qual o segurado recebe seu benefício. Não poderão ser feitas operações em Estados diferentes do que tem a inscrição do segurado. Segundo o ministério, a maioria das fraudes ocorre em operações de uma instituição de um Estado com beneficiários de outra unidade da federação.
O conselho também aprovou a redução do limite de crédito no cartão. Ele caiu de três vezes para duas vezes o valor do benefício. Essa medida serviu para adaptar o prazo máximo de pagamento (60 meses) ao valor da parcela. Se o aposentado tomasse empréstimo equivalente a três vezes o valor do seu benefício, não poderia quitar a dívida em 60 vezes pagando, mensalmente, o máximo de 10% de sua renda. A instituição que ficar três meses sem realizar operações será descredenciada.
O número de fraudes nos empréstimos consignados, segundo a Previdência, é pouco expressivo. Em 2007, foram realizadas mais de nove milhões de operações e recebidas pouco mais de 15 mil reclamações, o que representa 0,16% do total. Quase 95% das queixas foram resolvidas rapidamente e o relato mais comum é o da falta de autorização do segurado para o crédito. É expressamente vedada a realização de operação com autorização do segurado dada por meio de telefonema.

Fonte: ERS Consultoria & Advocacia

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