Igreja Batista Getsemâni

Corrida para renegociar dívidas está na reta final

Valor Online

Os produtores rurais têm pouco menos de uma semana para aderir aos benefícios do último pacote de renegociação de R$ 75 bilhões em dívidas do setor, aprovado em junho e oficializado na semana passada. O prazo final para adesão aos novos termos expira no dia 30. Quem não aderir até lá, perderá direito a benefícios como ampliação de prazos de pagamento até 2025, descontos para liquidação e rolagem, eliminação de multas, extensão de bônus de adimplência e troca de indexadores dos débitos. 

Pressionado pelo forte aumento dos preços dos alimentos no mundo, o governo produziu o maior pacote de repactuação de débitos rurais da história - o segundo sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As medidas, transformadas na Lei nº 11.775, devem dar um refresco de R$ 10 bilhões ao bolso de 2,8 milhões de produtores e cooperativas. O custo fiscal do pacote ao Tesouro Nacional será de R$ 1,16 bilhão ao longo dos próximos anos, mas a União já havia absorvido nos últimos dois anos R$ 12 bilhões em prejuízo de operações de fundos constitucionais ou lançadas como Dívida Ativa da União. "Vamos pressionar para que as instruções bancárias sejam repassadas o mais rápido possível às agências", afirmou o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), relator da MP na Câmara. 

Os produtores com débitos em programas de investimento, estimados em R$ 38,6 bilhões, terão redução da taxa de juros nas linhas Moderfrota, Finame Especial e Prodecoop. E poderão pagar apenas 40% da parcela de 2008. Terão, ainda, mais três anos após o fim do contrato - serão cinco anos em Mato Grosso e Rio Grande do Sul. 

As dívidas com o programa de saneamento de ativos (Pesa), que somam R$ 14,4 bilhões, poderá haver pagamento antecipado com bônus. Mesmo sem a troca de indexador, de Selic para TJLP, os produtores inscritos na Dívida Ativa da União terão ampliado de cinco para dez anos o prazo de quitação e eliminação da multa de 20% sobre o saldo devedor em um total de R$ 7,1 bilhões. 

No programa de securitização, cujo total soma R$ 10,5 bilhões, o texto permitiu a concessão de bônus regressivos para liquidações feitas em 2009 e 2010 - antes restrito a 2008. O benefício varia de 15% a 5% nas dívidas acima de R$ 200 mil e de 45% a 35% nos débitos até R$ 15 mil. Para o Funcafé, aprovou-se um bônus de 3,75% sobre os juros e estenderam-se os descontos nas taxas da linha FAT Giro Rural a cerealistas e revendas de insumos, antes restrita a produtores e cooperativas. O Prodecer ganhará mais dez pontos percentuais em descontos. 

As cooperativas beneficiadas pelo Recoop terão descontos progressivos sobre R$ 801 milhões e expurgos dos encargos de inadimplência sobre R$ 16,4 milhões. Para os débitos do Funcafé, calculados em R$ 954 milhões, haverá nova rolagem de prazo, de 2014 para 2020, além da redução dos juros, para 7,5% ao ano, mas que pode recuar a 3,75% com bônus progressivos. Produtores com custeios prorrogados em anos anteriores, estimados em R$ 7,3 bilhões, terão mais dois anos depois do fim dos contratos e redução dos juros, para 6,75%. 


Fonte: ERS Consultoria & Advocacia

Visite o website: http://www.ersadvocacia.com.br