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Faeg critica proposta de recuperação

Folha de Notícias

Cerca de 40 pecuaristas credores do Frigorífico Independência se reuniram ontem, na sede da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), onde ouviram atentamente uma detalhada e crítica análise do Plano de Recuperação Judicial apresentado pela empresa, recentemente.

Convencidos de que o plano contém algumas propostas inaceitáveis e outras vazadas em linguagem dúbia que pode convertê-las em armadilhas futuras, os pecuaristas decidiram criar um grupo para negociar com a empresa as mudanças que consideram indispensáveis.

Discriminação
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, diz que os pecuaristas não aceitam, por exemplo, os dois pesos e duas medidas utilizados no plano para pagamento dos débitos. “Enquanto para outros credores, inclusive bancos, os créditos serão pagos com juros e correção monetária, para os produtores a proposta é de pagamento apenas do principal e ainda com cláusula de deságio, em caso de pagamento antecipado”, reclama o dirigente da Faeg.

Outro ponto muito criticada pelos pecuaristas é a proposta de liquidação dos débitos mediante o pagamento de R$ 80 mil à vista para cada produtor, com o restante dividido em 36 parcelas mensais. “O estudo técnico demonstra que esse limite pode ser elevado para R$ 150 mil sem comprometer o caixa da empresa. Mas o mais grave é que o Plano não prevê data para esse pagamento, que só se realizará após a consecução de aporte de recursos pela empresa. Como se poderia recomendar ao produtor a adesão a um plano tão indefinido?”, diz José Mário Schreiner.

Pegadinhas
O presidente da Faeg reclama também do que parecem verdadeiras pegadinhas no texto do plano. “Não dá para saber, por exemplo, se aderindo ao plano o produtor ficará obrigado a vender animais para abate no frigorífico e se a venda será à vista ou a prazo, tal a linguagem empolada do texto”, diz José Mário.

O plano apresentado pelo Independência prevê que o pagamento dos créditos operacionais dos pecuaristas será prioritário, dado a necessidade do “restabelecimento da confiança e relações comerciais” essenciais para a retomada das operações do grupo em larga escala, “minimizando a necessidade de novos financiamentos”.

Mas a cláusula de maior impacto no humor dos pecuaristas é a que prevê que, uma vez aprovado o plano, os credores que a ele aderirem “isentarão integral e definitivamente” o frigorífico e seus gestores de todas as ações, dívidas, responsabilidades e obrigações de qualquer natureza, por força de qualquer instrumento e a qualquer título.


Fonte: ERS Consultoria & Advocacia

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