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Existem sérios riscos que poderiam colocar economia mundial em recessão

Agência EFE

As Nações Unidas consideram que, apesar da aparente recuperação da economia mundial, as perspectivas se mantêm incertas e existem sérios riscos que poderiam levar o mundo a uma nova e mais profunda recessão, conforme relatório publicado nesta terça.

"A imagem que aponta o relatório para este ano é bastante otimista e bastante promissora, mas a verdade é que a recuperação não é autossuficiente e há muitos riscos que ameaçam a economia mundial", assinalou em entrevista coletiva Heiner Flassbeck, diretor da divisão de globalização das estratégias de desenvolvimento da Conferência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).

"As grandes economias dos Estados Unidos, Europa e Japão estão estagnadas e as economias em desenvolvimento por si só não podem liderar a recuperação. Não vejo quais seriam as forças que nos tirariam da recessão se caíssemos de novo", acrescentou Flassbeck.

"As perspectivas são ainda incertas e subsistem sérios riscos. O espírito de cooperação entre as principais economias se debilita, reduzindo consideravelmente a eficácia da resposta à crise", assinala o relatório, intitulado "Situação e perspectivas da Economia Mundial 2011".

"A recuperação pode padecer revezes suplementares se os riscos negativos concretizam-se, de qualquer maneira uma nova recessão ameaçaria Europa, Estados Unidos e Japão", alerta o texto.

Para Flassbeck, os principais riscos são a estagnação do consumo privado nos Estados Unidos, Europa e Japão, as estritas medidas fiscais adotadas por muitos países, os níveis de desemprego muito altos e sem reflexos de recuperação, e a instabilidade das taxas de câmbio.

"A falta de coordenação das políticas monetárias em particular contribuiu às incertezas dos mercados financeiros", indica o relatório, que sugere medidas para melhorar a situação.

"Para reforçar a recuperação são necessárias medidas de relançamento fiscal, medidas melhor coordenadas das políticas monetárias e reorientadas em direção à criação de empregos e em direção à facilitação de uma economia mundial sustentável e equilibrada. Isto não poderá ser alcançado sem uma melhor coordenação da política internacional".

O relatório prevê crescimento da economia mundial de 3,1% no ano de 2011 e de 3,5% em 2012, "o que é insuficiente para recuperar os níveis de emprego antes da crise", assinala o texto.

Para os Estados Unidos "que sai da recessão mais longa e mais profunda desde a Segunda Guerra Mundial e com ritmo de recuperação mais frágil, nunca antes visto", espera-se um crescimento de 2,2% para 2011 e de 2,8% para 2012.

As perspectivas são ainda mais negativas para a Europa e Japão. O texto prevê que o Produto Interno Bruto da zona do euro se mantenha virtualmente estagnado com crescimento de 1,3% em 2011 e de 1% em 2012.

"Certos países europeus terão um crescimento ainda mais frágil, sobretudo nos lugares onde a austeridade orçamentária e as taxas de desemprego continuam sendo elevadas reprimindo a demanda interna. Isto sucederá na Espanha, Grécia, Irlanda e Portugal, países submergidos na dívida pública".

"Suas economias continuarão na recessão e a estagnação no futuro próximo".

Por sua vez, o Japão "pressionado por uma deflação persistente e uma forte dívida pública, terá um frágil crescimento de 1,1% em 2011 e de 4% em 2012".

Os países da Comunidade dos Estados Independentes mais Geórgia terão crescimento próximo a 4% em 2011 e 2012.

"Os países em vias de desenvolvimento continuarão sendo os motores da recuperação mundial, apesar de o crescimento ser limitado a 6% em 2011 e 2012", a causa da estagnação dos países ricos e do fim das medidas de relançamento, especifica o relatório.

China e a Índia seguirão sendo as locomotivas da recuperação, embora seu crescimento não deva ser superior a 7%.

América Latina crescerá em média 4%, liderada pelo Brasil "graças a sua forte demanda interna".

Para o Oriente Médio e Ásia Ocidental está previsto crescimento de 4,7% em 2011 e de 4% em 2012; e África crescerá a um ritmo de 5% nos próximos dois anos.


Fonte: ERS Consultoria & Advocacia

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