07 de Julho de 2016 - 14h:44

Tamanho do texto A - A+

Como o empresário deve enxergar o aumento de recuperações judiciais

Por: Administradores

Além de revelar a gravidade da atual crise econômica, esse recorde demonstra que muito provavelmente o número de pedidos de recuperação judicial deve continuar a crescer no Brasil até o final de 2016

Recente pesquisa divulgada pela Serasa Experian aponta que o número de pedidos de recuperação judicial neste ano é quase o dobro do registrado no mesmo período em 2015, tendo atingido o maior resultado já verificado desde a entrada em vigor da Nova Lei de Falências, em junho de 2005.

Além de revelar a gravidade da atual crise econômica, esse recorde demonstra que muito provavelmente o número de pedidos de recuperação judicial deve continuar a crescer no Brasil até o final de 2016. A razão para isso é simples: mais do que uma grave crise econômica, temos enfrentado uma clara crise de confiança, que faz com que se tenha menos dinheiro na praça e que fique mais caro produzir e conseguir crédito.

O problema é maior para o micro, pequeno e médio empresário porque, nesse quadro de recessão econômica, no qual a inadimplência também cresce, os mais fracos tendem a sofrer mais, uma vez que têm menos fôlego para manter seus custos operacionais e realizar novos investimentos.

Isso explica porque referida pesquisa, juntamente com outras que também têm sido realizadas, registram a liderança das micro e pequenas empresas nos pedidos de recuperação judicial, seguidas das médias empresas e, somente depois, pelas grandes empresas.

Sem dúvida, um provável novo Governo Federal e a consequente adoção de ao menos alguns dos prometidos ajustes fiscais trazem a esperança de que o mercado irá retomar parte da confiança perdida a partir deste segundo semestre e, assim, de que o número de negócios irá aumentar, injetando consequentemente mais dinheiro na praça, o que começaria a mudar a curva de crescimento dos pedidos de recuperação judicial. E mais do que isso, ajudaria a garantir o sucesso dos planos que têm sido aprovados pelos credores das empresas que já pediram recuperação judicial.

Embora possa servir para acalentar, essa simples esperança não é suficiente. Daí porque, apesar de todas as dificuldades financeiras momentâneas, recomenda-se a revisão de toda a cadeia produtiva, em seus aspectos materiais e humanos, a fim de torná-la o mais eficiente possível.

Nunca foi tão importante fazer mais com menos. Isso não significa necessariamente se desfazer dos seus ativos, equipe e parceiros, mas principalmente revisá-los para melhor aproveitá-los.

Nesse sentido, é oportuno que o empresariado invista em advogados que sejam seus verdadeiros parceiros e, nessa medida, consigam aumentar sua previsibilidade, maximizar seus ganhos e lhe oferecer o que realmente precisa, conforme as necessidades únicas e específicas de cada empresa.

Conselhos sobre como evitar eventual pedido de recuperação judicial, aproveitando as inúmeras oportunidades que a crise econômica oferece, ou, se inevitável, sobre a melhor maneira de estruturar eventual pedido de recuperação judicial, sobretudo visando ao efetivo reerguimento da empresa, são ainda mais importantes no momento atual.

Em outras palavras, é óbvio que a sobrevivência de boa parte das empresas brasileiras, não apenas aquelas em recuperação judicial, e a satisfação dos créditos dos seus credores dependem fundamentalmente da urgente adoção de mudanças efetivas nos rumos da nossa economia, mas muito pode ser feito com o que temos hoje em dia.

VOLTAR IMPRIMIR