18 de Junho de 2018 - 13h:34

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Mercado vê inflação maior e reduz estimativa de alta do PIB de 2018 para 1,76%

Após greve dos caminhoneiros, mercado tem elevado expectativas de inflação e baixado previsões de alta do PIB. Economistas também elevaram para R$ 3,63 previsão para o dólar no fim do ano.

Por: Alexandro Martello, G1

Os analistas do mercado financeiro elevaram de novo a estimativa de inflação para 2018 e reduziram a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

 

As expectativas dos analistas estão no mais recente relatório de mercado, também conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (18) pelo Banco Central. O relatório é resultado de levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.

 

As previsões do mercado começaram a piorar com mais intensidade após a greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias. A paralisação da categoria gerou uma crise no abastecimento em todo o país e falta de diversos produtos como, por exemplo, gás de cozinha, combustível nos postos, alimentos nos supermercados e querosene nos aeroportos.

 

Para o resultado do PIB em 2018, os economistas dos bancos baixaram a previsão de crescimento de 1,94% para 1,76% na semana passada. Foi a sétima queda seguida do indicador. Há um mês, a estimativa de crescimento da economia, para este ano, estava em 2,50%.

 

Para 2019, a expectativa do mercado para expansão da economia recuou de 2,80% para 2,70%, na segunda redução seguida.

 

O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2016, o PIB teve uma retração de 3,5%. Em 2017, cresceu 1% e encerrou a recessão no país.

 

Segundo analistas ouvidos pelo G1, a greve dos caminhoneiros deve prejudicar o crescimento do país no segundo trimestre. Alguns, inclusive, já reduziram a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre e também do ano por causa da paralisação.

 

Inflação

 

Já a previsão do mercado financeiro para a inflação em 2018 avançou de 3,82%, na semana retrasada, para 3,88% na última semana. Foi a quinta alta seguida do indicador.

 

O percentual esperado pelos analistas continua abaixo da meta de inflação que o Banco Central precisa perseguir neste ano, que é de 4,5% e dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema – a meta terá sido cumprida pelo BC se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficar entre 3% e 6%.

 

Para 2019, o mercado financeiro elevou sua expectativa de inflação de 4,07% para 4,10%. A meta central do próximo ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerência do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.

 

Taxa de juros

 

Os analistas do mercado financeiro também mantiveram em 6,50% ao ano sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, ao final de 2018.

 

Com isso, o mercado estima que a taxa de juros fique estável no atual patamar de 6,50% ao ano até o fechamento deste ano.

 

Para o fim de 2019, a estimativa do mercado financeiro para a Selic continuou em 8% ao ano. Deste modo, os analistas seguem prevendo alta dos juros no ano que vem.

 

Câmbio, balança e investimentos

 

Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 subiu de R$ 3,50 para R$ 3,63 por dólar. Para o fechamento de 2019, avançou de R$ 3,50 para R$ 3,60 por dólar.

 

A projeção do boletim Focus para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), em 2018, subiu de US$ 57,15 bilhões para US$ 58,34 bilhões de resultado positivo.

 

Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit cresceu de US$ 49,6 bilhões para US$ 49,8 bilhões.

 

A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2018, recuou de US$ 71 bilhões para US$ 70 bilhões. Para 2019, a estimativa dos analistas caiu de US$ 77 bilhões para US$ 76,60 bilhões.

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