19 de Março de 2008 - 12h:27

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Mercados: DIs regem a inflação acima do esperado e voltam a subir na BMF

Entre os contratos mais curtos, abril de 2008 registrava estabilidade a 11,10% ao ano

Por: Valor On Line

SÃO PAULO - Os contratos de juros futuros voltam a apontar para cima na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF), devolvendo a queda observada ontem. As curvas reagem à divulgação de dados inflacionários acima do esperado.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2009 apresentava alta de 0,04 ponto percentual a 12,24% ao ano. O DI para janeiro de 2010 operava com ganho de 0,08 ponto, a 13,06%. Janeiro 2011 avançava 0,09 ponto, a 13,12% ao ano. Janeiro 2012 tinha valorização de 0,09 ponto, a 13,09% ao ano.

Entre os contratos mais curtos, abril de 2008 registrava estabilidade a 11,10% ao ano. Julho de 2008 apontava alta de 0,02 ponto, a 11,44%. E outubro de 2008 não registrava negócios.

Na avaliação do economista-chefe da corretora López Leon, Flávio Serrano, o mercado já indicava abertura de taxa depois da acentuada queda observada ontem e a divulgação do IGP-M, acima do esperado, acelerou o acúmulo de prêmio de risco.

De acordo com Serrano, a segunda-feira prévia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M surpreendeu negativamente. O indicador apontou inflação de 0,78%, seguindo elevação de 0,46% um mês antes. A previsão do economista era de alta de 0,55%.

O avanço nos preços no atacado, agrícola e industrial, teve reflexo no comportamento do indicador. No entanto, Serrano acredita que o IGP deve voltar a recuar em abril.

O dado positivo do dia foi o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo, que registrou variação dentro do esperado na segunda quadrissemana de março, saindo de 0,22%, para 0,23%, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Para Serrano, o importante é que essa alta nos preços do atacado ainda não se traduziu em inflação ao varejo, mesmo com condições favoráveis para o repasse de preços. " A demanda aquecida favorece a transmissão de preços, mas isso não tem acontecido. "

No entanto, o economista afirma que o ambiente é de bastante incerteza o que deve deixar as curvas de juros pressionadas. No curto prazo, as informações sobre preços e atividade devem continuar díspares e a dúvida é como o BC enxerga essa possibilidade de repasse de custos ao varejo.

Dispondo das informações atuais, Serrano não acredita que a autoridade monetária vá subir os juros em abril. No entanto, o economista pondera que o BC pode optar pela elevação na Selic para ficar em uma posição mais confortável diante de um quadro de informações bastante difuso.

Ainda de acordo com Serrano, a chance de se consolidar um cenário benéfico com recuo da inflação e estimativas ancoradas é grande, mas também cresceu a probabilidade de cenários alternativos, ou seja, maiores preços via pressão de commodities e elevada incerteza externa.

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