13 de Julho de 2009 - 11h:43

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Acrimat alerta o pecuarista que terão um prazo de 30 dias para apresentarem objeções à proposta apresentado por empresa

Por: Mídia News

O Frigorífico Independência, por meio de sua assessoria, informou, neste sábado (11), que na próxima semana irá apresentar oficialmente o Plano de Recuperação Judicial.

O anúncio veio junto com a notícia da devolução de uma unidade do frigorífico Nova Carne, que estava arrendada no município de Colíder (650 km ao Norte de Cuiabá), alegando que "a ação faz parte do planejamento de reestruturação das operações do Independência, que embasará o Plano de Recuperação Judicial".

"A partir da apresentação do plano oficial, a Justiça irá publicar o edital convocando os credores para analisarem a proposta apresentada para quitação dos débitos. Os pecuaristas devem ficar atentos, pois terão 30 dias, a contar da data de publicação, para apresentar objeções ao plano. Caso não tenha nenhuma objeção, o juiz homologa o plano", orientou o assessor jurídico da Acrimat, Armando Biancardine Candia.

Ele observou ainda que, dificilmente, a proposta é aceita por 100% dos credores, e se um credor fizer objeção, será convocada uma Assembléia Geral para discutir e definir uma nova proposta.

O assessor jurídico da Acrimat esclareceu ainda que, no caso dos frigoríficos que se encontram em recuperação judicial, como o Independência, Quatro Marcos e Arantes, mesmo que eles arrendam as unidades de abates e desossas ou até mesmo vendam, a dívida continua sendo do grupo devedor, o processo não se extingue com a transação do negócio.

Os exemplos são recentes. O grupo JBS Friboi arrendou cinco unidades de abate e desossa de gado que estavam desativadas do Frigorífico Quatro Marcos (315 km a Oeste da Capital) e a entrega da unidade de Colíder ao Frigorífico Nova Carne.

Resistência

Os frigoríficos Arantes, Independência e Quatro Marcos, todos em processo de recuperação judicial, estão enfrentando resistência por parte dos pecuaristas de Mato Grosso para que retomem o abate de gado, mesmo com os arrendamentos de suas plantas, sem antes quitar uma dívida de mais de R$ 120 milhões.

"O produtor não vai permitir que isso aconteça. Negócio tem que ser bom para todas as partes e o pecuarista está sendo prejudicado em todas essas transações. Os frigoríficos estão resolvendo suas situações financeiras e deixando o pecuarista com uma dívida crescente. Não vamos aceitar que os frigoríficos voltem a funcionar sem que o passivo existente seja acertado", dissez Luciano Vacari, superintendente da Associação de Criadores do Mato Grosso (Acrimat).

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