08 de Julho de 2010 - 12h:15

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Fabricante de pisos Gyotoku pede recuperação judicial

Por: Vanessa Dezem - Valor

Com posição alavancada, a Cerâmica Gyotoku, fabricante de pisos de cerâmica, revestimentos e porcelanato, entrou com um pedido de recuperação judicial na semana passada, no dia 30 de junho. No dia seguinte, o então presidente da empresa, Adriano Lima, saiu da direção, deixando o cargo para Naoyuki Miguel Gyotoku, fundador da empresa.

"Os sócios decidiram que a melhor saída seria a recuperação", afirmou o advogado Adalberto Calil, que faz assessoria jurídica para a empresa há mais de 20 anos. A sociedade é composta pelo próprio Miguel e pelo seu irmão Koiti Gyotoku.

As contas da empresa mostram os motivos para tal decisão. Registrando faturamento de R$ 265 milhões em 2009, a Gyotoku apresenta um endividamento total de R$ 115 milhões, sendo R$ 72 milhões de curto prazo, segundo fontes do mercado. A maior parte das dívidas é bancária, na faixa dos R$ 80 milhões.

Para o processo de recuperação, a companhia contratou Marcos Sardas, consultor responsável pelo novo modelo de negócios da empresa, e João Boyadjian, advogado especializado em recuperação judicial.

Em entrevista exclusiva ao Valor, Sardas e Calil afirmaram que já avisaram os credores, fornecedores e bancos sobre a situação da empresa. Agora, Sardas tem cerca de 60 dias para apresentar o plano de recuperação da companhia.

Com experiência em outras empresas do setor - ele já foi superintendente da Portobello e da Incepa, além de ter experiências em outras recuperações judiciais - o executivo acredita que a empresa sairá dessa situação favorecida.

"A marca Gyotoku é forte, a empresa tem uma imagem de confiança. Além disso, as unidades industriais são competitivas e têm um diferencial logístico importante, pela proximidade do polo consumidor de São Paulo. A construção civil está em um bom momento, tem boas perspectivas", afirmou Sardas.

Ele agora começará a avaliar as contas, o posicionamento da companhia no mercado e a forma ideal de gestão a ser definida. Depois da saída de Adriano Lima, que comandou a companhia por nove anos, a Gyotoku ainda vai definir se a empresa ficará nas mãos da família ou se vai seguir o caminho da gestão profissional.

A Gyotoku tem duas unidades fabris, uma na cidade de Suzano, com capacidade produtiva de 1 milhão de metros quadrados por mês, e uma em Estiva Gerbi , com capacidade de 600 mil metros quadrados por mês. Ambas ficam no Estado de São Paulo, mas em Suzano, a empresa produz pisos, revestimentos e porcelanatos, enquanto em Estiva Gerbi a produção é focada apenas em revestimentos.

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