27 de Junho de 2011 - 15h:03

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Aston Martin tenta reduzir sua dependência da Ford

Por: Valor Online

A Aston Martin está consultando parceiros em potencial para trabalhar em cooperação em motores e outros recursos tecnológicos, na tentativa de reduzir sua dependência da Ford. A montadora de carros esportivos do Kuwait, sediada no Reino Unido, contatou a Daimler e outras empresas automobilísticas alemãs de primeira linha nos últimos meses sobre cooperação em motores e em outras áreas, como tecnologia de segurança, segundo duas pessoas familiarizadas com a Aston Martin.

A Ford, que controlou a Aston Martin até 2007, fabrica motores V8 e V12 para a montadora em sua unidade em Colônia, na Alemanha, segundo os termos de um acordo que expira em 2013. A montadora americana não usa nenhum motor desse porte em seus veículos destinados à Europa, por isso as sinergias com a divisão são mínimas. A Ford preferiu não comentar sobre as relações de fornecedora com a empresa britânica.

O acordo de fornecimento foi parte do contrato, de 479 milhões de libras esterlinas, pelo qual a Aston Martin foi vendida para um consórcio encabeçado pela Investment Dar. A Ford tem acordos semelhantes com a Jaguar Land Rover e a Volvo, suas outras antigas marcas europeias.

A Daimler é considerada a parceira mais provável para a Aston Martin, em vista dos vínculos já existentes entre as duas empresas. Executivos do setor disseram ao "Financial Times", no ano passado, que as duas companhias estavam estudando um acordo segundo o qual a Aston Martin montaria a próxima geração dos carros, pouco vendidos, da submarca Maybach da Daimler, em troca de tecnologia em motores.

A Aston Martin disse que seu relacionamento com a Daimler remonta a 2009, quando ela construiu seu carro conceito Lagonda com o emprego da plataforma do GL da Mercedes. A Daimler também optou por não comentar.

Na semana passada a Aston Martin fechou oferta de 304 milhões de libras esterlinas em bônus que, segundo Ulrich Bez, seu principal executivo, proporcionará "alicerces financeiros de longo prazo... num momento em que ingressamos numa nova fase de crescimento".

Em seu prospecto da oferta, a Aston Martin arrolou, entre os "fatores de risco", sua dependência de um número restrito de fornecedores chave, principalmente a Ford e a Toyota, que a abastece com o automóvel iQ que é a base de seu subcompacto Cygnet.

No documento, a Aston Martin disse também estar em conversações com a Ford com vistas a um novo acordo de fornecimento, mas que não há qualquer garantia de que ela consiga firmá-lo, ou que possa fazê-lo a um preço aceitável.

Se a empresa não puder continuar a ser abastecida de motores pela Ford, ela terá de "procurar outro fornecedor de motores ou expandir as operações de produção industrial de modo a montarmos motores nós mesmos", disse. A Jaguar também está estuda produzir motores, depois de seus acordos com a Ford expirarem, esta década.

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