28 de Março de 2024 - 16h:29

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Oi (OIBR3) espera ter em até 60 dias definição do TCU sobre adequação à concessão

Nova assembleia em 10/4 tenta aprovar nova versão do plano de recuperação judicial; dívida no âmbito da RJ atinge R$ 30 bi

Por: InfoMoney

A Oi (OIBR3) segue seu périplo para negociar com seus credores e agentes reguladores, para seguir com suas atividades. Na apresentação dos resultados do 4T23, a operadora de telecomunicações informou que no último dia 23 de março ocorreu a conclusão da fase de negociação pela comissão SecexConsenso do TCU (Tribunal de Contas da União), de uma solução acordada entre a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e a empresa relacionada aos contratos de concessão.

 

“Será respeitado um rito de governança de validação dos termos do acordo por todas as partes anteriormente à apreciação do Ministério Público de Contas do TCU e depois pelo próprio colegiado de TCU”, disse Mateus Bandeira, CEO da Oi.

 

“Esperamos uma definição do colegiado do TCU entre 30 e 60 dias, no máximo”, acrescentou. O acordo que depende de ratificação e busca a confirmação das premissas do plano proposto pela Oi, inclui, segundo o CEO, a autorização para que companhia possa desmobilizar toda a infraestrutura os serviços associados à base legada, e implantar uma nova solução tecnológica para atendimento de clientes onde a OI é a única prestadora de serviço.

 

Modelo flexibilizado
Além disso, a operadora tenta ainda a venda de ativos, permitindo que a empresa se monetize. De acordo com a Oi, a proposta que tramita no TCU busca um modelo que dê flexibilidade para melhor administrar os serviços do legado e os custos do legado.

 

“Nós temos plano forte de redução de custos, que visa capturar muitas eficiências com foco no descomissionamento do cobre (tecnologia tradicional utilizada na sua rede) e ações de migração de clientes, com foco na sustentabilidade da empresa no longo prazo”, comentou Bandeira.

 

Evolução da RJ da Oi
O executivo também espera evolução do processo de recuperação judicial. No dia 25 de março foi realizada a assembleia geral de credores (instalada no dia 5 de março), que foi concluída no dia 26 último, onde a empresa chegou a um consenso com a maioria dos credores de classe 3 e fornecedores take or pay (de longo prazo) sobre as principais condições comerciais do plano de recuperação judicial (RJ).

 

“Embora ainda seja necessário evoluir discussões sobre os termos importante que deve refletir no documento final, nós vemos esse acordo com os credores como marco importante para aprovação do plano na assembleia geral de credores, que está marcada para o dia 10 de abril”, destacou Bandeira.

 

Segundo o CEO, há ainda a expectativa de obter um empréstimo ponte no mês de abril no valor de até US$ 650 milhões, garantindo liquidez imediata para a companhia. A dívida total submetida à RJ é de cerca de R$ 30 bilhões.

 

Foco da nova empresa
A Oi vem direcionando seus esforços de recuperação no mercado com a expansão da operação de banda larga em fibra ótica, destacaram os executivos. Nesse segmento, a Oi alcançou 4 milhões de casas conectadas em 2023, com crescimento anual de 3%. A Oi Fibra é hoje o principal produto da companhia, representando cerca de 46% da receita da empresa no seu novo formato.

 

OIBR3: Ação caem
Após a divulgação dos resultados, as ações da Oi (OIBR3) recuavam 2,94%, por volta das 13h15, cotadas a R$ 0,66.

 

Na mínima histórica, atingida entre os meses de setembro e outubro do ano passado, a ação chegou a valer R$ 0,57.

 

O papel sofre influencia também do novo agrupamento de ações proposto pela companhia, na proporção de 10:1.

 

Ou seja, quem detiver 10 ações, ao preço atual de tela, de R$ 0,66, passará ter 1 papel, valendo R$ 6,6. Quem tiver 100, passará a ter 10; e 1000 irá para 100.

 

O valor final da posição em carteira não se altera, mas, geralmente, ações que promovem agrupamentos abrem espaço para novas desvalorizações.

 

Imagem: Freepik

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